CONDENADO POR TRÁFICO, 2º BRASILEIRO É FUZILADO NA
INDONÉSIA
Exame São Paulo – Foi morto na tarde desta terça-feira o
brasileiro Rodrigo
Gularte, de 42 anos, condenado à morte por tráfico de drogas na Indonésia. Gularte foi
executado por fuzilamento em Cilacap (a 400 km de Jacarta, capital da
Indonésia). Outras oito pessoas foram mortas com o brasileiro, também
condenadas por tráfico. A informação foi confirmada pelo Itamaraty.
O paranaese havia sido diagnosticado
com esquizofrenia e passou seus últimos dias falando com as paredes e
ouvindo vozes, segundo relatos de familiares. Por conta da doença, o governo
brasileiro e a família de Gularte tentavam reverter a decisão indonésia,
pedindo que o brasileiro fosse considerado mentalmente incapaz. No entanto, o
diagnóstico não foi considerado pelo governo local. Continue lendo...
Uma prima de Gularte, Angelita Muxfeldt, está na
Indonésia e o acompanhou em seus últimos dias. A defesa do brasileiro chegou a
pedir que sua guarda fosse entregue a Angelita. Porém, apenas três dias após o
pedido, Gularte foi notificado de sua execução.
O brasileiro foi detido em 2004 ao tentar entrar na
Indonésia carregando 6 kg de cocaína em pranchas de surfe. Desde então, teve
seus pedidos de clemência negados pelo país asiático, mesmo após a intervenção
da presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente Lula também chegou a interceder
no caso.
Rodrigo Gularte nasceu em Curitiba, filho de uma família
de classe média, e chegou a ser internado por dependência química. Em
entrevista à revista Veja, em 2005, a mãe do surfista, Clarisse Muxfeldt
Gularte, conta que o brasileiro começou a se envolver com drogas ainda na
adolescência.
Ela diz ainda ter percebido que seu filho traficava
substâncias ilícias quando ele tinha 25 anos. O jovem havia montado uma
pizzaria em Florianópolis, e Clarisse costumava ajudá-lo no negócio.
“Comecei a notar algumas coisas diferentes. Os amigos
chegavam e chamavam o Rodrigo de lado. Não iam lá para comer. Chamavam,
conversavam num canto e iam embora”, disse a mãe à época.
FUZILAMENTO
O paranaense não é o primeiro brasileiro condenado à
morte por tráfico de drogas na Indonésia. Em 18 de janeiro deste ano, o
brasileiro Marco
Archer Cardoso Moreira foi fuzilado junto com outros cinco condenados
por tráfico.
A Indonésia tem uma das legislações mais duras do mundo
contra o tráfico de drogas. O argumento é que o crime prejudica as novas
gerações do país.
No final do ano passado, o presidente do país, Joko
Widodo, assumiu o cargo com um duro discurso contra o tráfico de drogas. Ele
anunciou que negaria todos os pedidos de clemência feitos por traficantes
condenados à morte no país. A pena capital tem grande aceitação da população
local.
A execução na Indonésia é feita por fuzilamento. Doze
soldados atiram com rifles no peito do condenado, sendo que apenas duas armas
são carregadas. Caso a pessoa sobreviva, leva um tiro na cabeça.
Se Gularte e Moreira tivessem cometido o mesmo crime no
Brasil, teriam sido condenados a, no máximo, 15 anos de prisão, pena que
poderia ser reduzida por bom comportamento.
* Atualizado às 15h30 para incluir a confirmação do
Itamaraty. (EXAME)
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