VICE-PRESIDENTE DO FACEBOOK NA AMÉRICA LATINA, DIEGO
DZODAN, É PRESO
O vice-presidente do Facebook na América Latina, Diego
Dzodan, foi preso nesta terça-feira por uma equipe da Polícia Federal da
Delegacia de Repressão a Entorpecentes, na casa dele, no bairro Itaim Bibi, em
São Paulo. As informações foram confirmadas pela assessoria de imprensa da
Polícia Federal (PF).
O prisão foi decretada pelo juiz de Sergipe Marcel Maia
Montalvão em razão do descumprimento de uma ordem judicial. A empresa teria se
recusado a quebrar o sigilo de mensagens, no WhatsApp, que também é do Facebook,
entre investigados por suspeita de envolvimento com o crime organizado.
EM NOTA, A POLÍCIA FEDERAL SE MANIFESTOU SOBRE O CASO:
"Na manhã de hoje, 01/03, na cidade de São Paulo/SP,
Policiais Federais deram cumprimento ao mandado de prisão preventiva expedido
pelo Juízo Criminal da Comarca de Lagarto/SE, Dr. Marcel Maia Montalvão, em
face de cidadão argentino residente no Brasil, representante do Facebook para a
América do Sul.
Tal prisão foi representada pela Polícia Federal do
Estado Sergipe, considerando o reiterado descumprimento de ordens judiciais em
investigações que tramitam em segredo de justiça e que envolvem o crime
organizado e o tráfico de drogas".
Ainda de acordo com a Polícia Federal, como o mandado de
prisão contra Dzodan é preventivo, ele só será solto se apresentar um habeas
corpus.
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ) do
Sergipe informou, nesta terça-feira, que o caso corre em segredo de Justiça e
que, por isso, não poderia dar detalhes sobre a prisão de Dzodan.
LEIA A NOTA DIVULGADA PELO ÓRGÃO NA ÍNTEGRA:
"O juiz da Vara Criminal de Lagarto (SE), Marcel
Maia Montalvão, informa a respeito das indagações sobre uma ordem de prisão do
senhor Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook. Trata-se de um processo que
corre em segredo de justiça, podendo informar apenas que trata-se de um
processo de tráfico de drogas interestadual, em que a Polícia Federal solicitou
ao juízo a quebra do sigilo de mensagens trocadas no whatsApp. O que foi
deferido pelo magistrado.
No entanto, a empresa Facebook, mesmo diante de três
oportunidades não liberou as conversas solicitadas à Policia Federal. Sendo
assim, o magistrado determinou uma multa de R$ 50 mil caso a ordem não fosse
cumprida, a empresa não atendeu. A multa foi elevada para R$ 1 milhão e,
também, a empresa Facebook não cumpriu a determinação judicial de quebra do
sigilo das conversas do aplicativo whatsApp.
Diante das reiteradas determinações descumpridas, o juiz
Marcel Maia decretou a prisão do responsável pela empresa no Brasil, o senhor
Diego Dzodan, por impedir a investigação policial, com base no artº 2º, §1º, da
Lei 12.850/2013".
O EXTRA tentou entrar em contato com o juíz Marcel Maia
Montalvão, mas, segundo a assessoria de imprensa do TJ de Sergipe, ele não irá
comentar o caso.
O FACEBOOK E O WHATSAPP AINDA NÃO SE PRONUNCIARAM.
O argentino Diego Dzodan começou a trabalhar no Facebook
em junho do ano passado como vice-presidente para a América Latina. Antes de
sua função atual, Diego foi vice-presidente para a América Latina da Software
AG. E antes de se juntar à Software AG, foi presidente da SAP América Latina e
do Caribe.
WHATSAPP FOI BLOQUEADO EM DEZEMBRO PELO MESMO MOTIVO
A recusa do Facebook de colaborar com investigações
judiciais também foi o motivo que levou ao bloqueio do aplicativo no último mês
de dezembro para os usuários. Naquele caso, a empresa não atendeu a uma
determinação judicial da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, em São
Paulo. O serviço ficou fora do ar por 12 horas em todo o Brasil, e a Justiça
brasileira foi criticada pelo fundador do Facebook, Mark Zuckerberg. (Extra
Globo)
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