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NO SENADO, NOBEL DA PAZ CAUSA TUMULTO AO DIZER QUE HÁ
‘POSSÍVEL GOLPE’ NO PAÍS
Em visita ao Senado após ter se encontrado com a
presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, o Nobel da Paz Adolfo Pérez
Esquivel causou tumulto ao dizer em plenário que há um “possível golpe” em
curso no País. A declaração gerou discussão entre os senadores, que cobraram do
presidente em exercício da Casa, o petista Paulo Paim (PT-RS), a retirada da
fala do ativista argentino de direitos humanos. “Creio que neste momento há
grandes dificuldades (oriundas) de um possível golpe de Estado que já se usou
esse mecanismo em outros países do continente, como em Honduras e no Paraguai,
se utilizou a mesma metodologia”, disse Esquivel, sentado ao lado de Paim na
Mesa Diretora do Senado. Mais cedo, o argentino falou à imprensa que o papa
Francisco está preocupado com a crise política no Brasil. Primeiro a
protestar, o senador tucano Ataides Oliveira (TO) disse que a fala do Nobel da
Paz causou-lhe uma “surpresa tremenda” e cobrou a retirada da expressão das
notas taquigráficas. “Ela foi inadequada, inaceitável, esse Parlamento jamais
poderia ter deixado este senhor, com toda a história que respeitamos, dizer que
o Brasil está próximo de um golpe, não admito como senador assistir a uma cena
como essa”, criticou. Paulo Paim, contrário ao impeachment de Dilma, disse que
não teve qualquer intenção de usar a fala de Esquivel para mandar qualquer
recado e que havia advertido o Nobel da Paz sobre o pronunciamento que iria
fazer. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), reclamou de Paim, dizendo
que foi uma montagem premeditada a vinda do ativista. ”Nós temos que
buscar aqui, nesta Casa, uma posição em que a Presidência tenha imparcialidade.
Isso é fundamental”, criticou Caiado. “Se acharem que a Mesa Diretora vai ser
palanque de PT, estão muito enganados”, completou. Leia mais no Estadão.
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