RENAN SE REAPROXIMA DO VICE NA RETA DECISIVA DO
IMPEACHMENT
A presidente Dilma Rousseff chega isolada politicamente à
votação que provavelmente vai instaurar o processo de impedimento por crime de
responsabilidade, não podendo contar com o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), seu maior aliado no Legislativo no segundo mandato,
período marcado pelo agravamento das crises política, principalmente decorrente
do avanço da Operação Lava Jato, e econômica, com o aumento do desemprego e da
recessão. Renan esteve nesta terça, 10, com o beneficiário direto do afastamento
de Dilma, o outrora desafeto dentro do PMDB e vice-presidente Michel Temer. Com
o afastamento da presidente, ele vai assumir o comando do País por até 180
dias, período em que o Senado julgará se a petista cometeu crime por ter
editado seis decretos de créditos suplementares sem o aval do Congresso e o
Tesouro Nacional ter atrasado o pagamento de débitos com órgãos públicos, as
chamadas pedaladas fiscais. O presidente do Senado, que nos últimos dias se
afastou de Dilma e passou a avalizar Temer, disse que vai se esforçar para
concluir a votação sobre a presidente ainda nesta quarta, 11. Está prevista uma
maratona de discursos e questionamentos à votação, que vai começar às 9h.Pelo
calendário, o encontro será realizado em três blocos, com intervalo de uma hora
entre cada um deles: o primeiro ocorrerá das 9h ao meio-dia; o segundo, das 13h
às 18h; e o terceiro começa às 19h e vai até o fim da votação. Renan disse que
a tendência é de que os dois primeiros blocos sejam reservados para
manifestações dos senadores, favoráveis e contrários ao afastamento de Dilma.
Cada senador falará por até 15 minutos.Uma lista de inscrição dos senadores foi
aberta às 15h de segunda-feira e, até o início da noite de terça, 66 dos 80
parlamentares tinham confirmado que iriam falar – o presidente do Senado não
vai se manifestar nem votar, apenas conduzir os trabalhos. (Estadão Conteúdo)
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