Santarém é uma cidade naturalmente bela, belíssima; nós,
seus filhos, é que a enfeiamos. E assim procedemos, exemplificativamente,
quando não cuidamos da frente de nossas casas, quando adiantamos a cerca ou o
muro de nossas propriedades, desalinhando as ruas, as calçadas, para esbulhar
míseros centímetros do incipiente poder público; bem quando permitimos - o que
é mais grave – através do voto irresponsável, a eleição de políticos
desinteressados, medíocres e até mesmo corruptos.
Já o município, que não faz cumprir a norma de regência
que ele próprio editou (como a de postura), também não cuida sistematicamente
da urbanização, não reserva espaços físicos para adequadas edificações de
instrumentos sociais, não promove nem incentiva a ordenada arborização da
cidade, enfim, deixa simplesmente acontecer para ver como vai ficar.
Antigamente, mesmo sob o regime militar, sem qualquer
saudosismo à época, pensava-se o presente com lente mais futurista, basta
lembrarmos as galerias pluviais, as casas de bomba de tratamento d’água ao
longo do cais de arrimo (todas demolidas), o Porto local, o próprio Tropical
Hotel, a Tecejuta etc. Hodiernamente, asfaltam-se ruas sem o necessário serviço
de drenagem (saneamento básico), lança-se água de esgoto, sem qualquer
tratamento, no leito dos rios; tolera-se o assoreamento de igarapés; o lixo é
despejado em lugar impróprio; portos fluviais improvisados são construídos, ao
arrepio da lei, destruindo nossas praias; e por aí afora... Para quem reclamar?!
Só repensando nossas ações, por meio do exercício ativo
da cidadania, é que podemos mudar esse contexto, para não chorarmos mais tarde
sobre o leite derramado. Afinal, crescimento não é desenvolvimento. (Perfil
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