MORO SE IRRITA E MANDA PF EXCLUIR NOME DE TOFFOLI DE
RELATÓRIO
O juiz federal Sérgio Moro mandou a Polícia Federal retirar
o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli do Relatório
744/2016 que contém a análise de material apreendido com o economista Maurício
Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai, preso e condenado na Operação
Lava Jato. Entre as anotações de Maurício, os federais encontraram contatos
telefônicos de quadros importantes do PT e o nome de Toffoli. No relatório, o
agente da PF Antonio Chaves Garcia escreveu que “a família Bumlai, em razão dos
contatos encontrados, detinha uma influência política muito grande durante o
período em que o Partido dos Trabalhadores (PT) estava no poder” e, ainda, que
“a influência não era somente em agentes políticos da Administração Pública,
mas também na Suprema Corte, na pessoa do Ministro Tofffoli”. O documento,
enviado na sexta-feira, 11, ao delegado Filipe Hille Pace – que preside
investigação sobre Bumlai – faz uma ressalva: “A simples menção a nomes e/ou
fatos contidos nesse relatório, por si só, não significa o envolvimento, direto
ou indireto, dos citados em eventuais delitos objeto da investigação em curso.”
Nesta segunda-feira, 14, Moro ordenou a exclusão do nome de Toffoli do relatório.
O juiz da Lava Jato demonstrou irritação com a menção ao ministro do Supremo
“sem base qualquer”.” Apesar da ressalva, o fato é que a conclusão anterior não
tem base empírica e é temerária. O fato de algum investigado possuir em sua
agenda, números de telefone de autoridades públicas não significa que ele tem
qualquer influência sobre essas autoridades”, advertiu Moro. “Assim, o
relatório, sem base qualquer, contém afirmação leviana e que, por evidente,
deve ser evitada em análises policiais que devem se resumir aos fatos
constatados.” Moro mandou intimar “com urgência, por telefone”, o delegado
Filipe Pace “para, em três dias, refazer o referido relatório, retirando dele
conclusões que não tenham base fática e esclarecendo o ocorrido”. Moro determinou
ao delegado que tome “as devidas cautelas para evitar a repetição do ato”. (AE)
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