● ELEIÇÕES INDIRETAS: MICHEL TEMER TEM 19 DIAS PARA
RENUNCIAR
Michel Temer tem 19 dias para renunciar à presidência da
República. Seria bom alguém avisar isso para ele, que parece não estar pensando
nem de longe na possibilidade. Sendo assim, só vai restar a hipótese de uma
eleição indireta, via Congresso, se Michel e seu governo não resistirem à
delação da Odebrecht. Mesmo nesse cenário, é ilusão imaginar que deputados e
senadores irão mandar para o Planalto um dos nomes “respeitáveis” que vem sendo levantados, como Fernando Henrique ou Nelson
Jobim.
Esse Congresso que aí está, e que tão bem conhecemos, não
hesitará em eleger presidente da República um dos seus. Rodrigo Maia, Rogério
Rossi, Jovair Arantes… já pensou? Nem é coisa para se
pensar.
No rastro dos últimos acontecimentos, e do progressivo
enfraquecimento de Michel Temer, voltaram a proliferar iniciativas para
aprovação, a toque de caixa, de uma emenda constitucional estabelecendo o que é
de bom senso: as eleições para presidente serão diretas a qualquer tempo em
caso de afastamento do titular, a não ser que este ocorra a seis ou até três
meses do fim do mandato.
São remotas, porém, as chances de a articulação vingar.
Em primeiro, porque PECs levam meses para tramitar, e, para ser levada a sério,
a proposta teria que decretar antecipadamente o fim do atual governo. O que
seria do país, notadamente da economia, nesses meses?
A razão mais forte para que não vá adiante a proposta de convocar
as diretas já, porém, é outra. Na atual conjuntura, as forças que compõem o
governo pinguela de Michel Temer teriam chances bem remotas de vencer.
Basta olhar o elucidativo DataFolha divulgado hoje para
se ter uma ideia de como irão se comportar nossas elites nessa crise. Na atual
conjuntura, Marina Silva vence todo mundo no segundo turno: Aécio, Alckmin e
Lula. No primeiro, numa demonstração de resiliência fora do comum, Lula ganha
de todo mundo. E mais, até cresceu desde o último levantamento, apesar de toda
a pancadaria recente.
Como se vê, o establishment político e econômico do país
dificilmente vai querer resolver esses problemas na base do voto – nem direto, nem indireto. Com a palavra, as ruas.
Fonte: https://osdivergentes.com.b
Créditos: Por Helena Chagas
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