● PMDB PEDE A TEMER PASTA DE TUCANO - Bancada
peemedebista na Câmara pressiona Palácio do Planalto a nomear deputado do
partido como ministro das Cidades, cargo ocupado pelo tucano Bruno Araújo.
BRASÍLIA - Com o presidente Michel Temer fragilizado
pela votação na Câmara da denúncia contra ele por corrupção passiva, a bancada
do PMDB na Casa pressiona o Palácio do Planalto a nomear um deputado do partido
como ministro das Cidades, cargo hoje ocupado pelo deputado licenciado Bruno
Araújo, do PSDB.
A reclamação dos peemedebistas é de que a bancada está
"sub-representada" no governo e que o PSDB não merece comandar uma
pasta de tamanha capilaridade política como Cidades, diante das críticas a
Temer e ameaças de desembarque da base aliada que tucanos têm feito desde que a
delação da JBS atingiu o presdente.
O líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), já
levou o pedido da bancada ao presidente Michel Temer. Segundo apurou o Estado/Broadcast, peemedebistas
querem que Temer nomeie um deputado do partido para a pasta durante a reforma
ministerial que pretende fazer após a votação da denúncia, marcada para 2 de
agosto.
"Se houver alguma mudança ministerial, a bancada tem
expectativa de se fortalecer", afirmou Rossi. Hoje, o PMDB comanda seis
dos 28 ministérios existentes no governo Temer. Desses, três são comandados por
deputados: Esportes, com Leonardo Picciani (RJ); Turismo, com Marx Beltrão
(AL), e Desenvolvimento Agrário, com Osmar Terra (RS).
A um ano e dois meses das eleições gerais de 2018, a
bancada reclama que a maioria dos ministérios que comanda não dá margem para
uso político. Com um orçamento robusto de R$ 20 bilhões para este
ano, Cidades é considerado uma das pastas com maior capilaridade.
Na bancada do PMDB, pelo menos dois nomes são defendidos
para substituir Bruno Araújo: o do deputado Carlos Marun (MS), vice-líder da
sigla e um dos mais aguerridos defensores de Temer na Câmara, e o do deputado
José Priante (PA). Peemedebistas mineiros também têm interesse em indicar um
representante para o cargo.
Procurado, Marun negou pleitear a vaga e disse que seu
desejo é que PSDB continue no governo. Ressaltou, porém, que tem currículo para
assumir o posto. "Fui membro do Conselho Nacional das Cidades por
mais de dez anos e possuo um relacionamento antigo com movimentos sociais de
habitação", disse. A reportagem não conseguiu contato com Priante.
O comando do Ministério das Cidades também é pleiteado
pelo Centrão, grupo de partidos médios da Câmara, com retribuição por terem
dado 100% dos votos a favor de Temer na votação da denúncia na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ). O bloco quer ainda indicar o substituto do
ministro Antonio Imbassahy (PSDB) na Secretaria de Governo.
Placar do Estado mostra que, dos 63 deputados
do PMDB, 25 não quiseram responder se votarão pela aceitação ou não da denúncia
e sete se disseram indecisos. Outros 28 disseram que são contra e três,
favoráveis ao prosseguimento da denúncia contra o presidente. (Estadão Conteúdo
- Igor Gadelha e Renan Truffi, O Estado de S.Paulo)
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