● POR TORCIDA, PAYSANDU É O PRIMEIRO CLUBE DENUNCIADO POR
HOMOFOBIA NO BRASIL - O Paysandu foi denunciado pelo STJD por discriminação de
gênero, no caso, por atos homofóbicos praticados por uma das organizadas do
clube, a Terror Bicolor. Entre as penas previstas estão perda três pontos na
competição, além de perda de um mando de campo e multa que pode chegar a cem
mil reais. Este é o primeiro caso de denúncia por preconceito de orientação
sexual que acontece no futebol brasileiro. Houve um caso anterior, em 2014, mas
foi arquivado ainda na fase de inquérito.
A denúncia, do procurador Leonardo Andreotti, foi
protocolada na última segunda-feira.
Além do artigo 243 G, citado acima, o clube também foi
denunciado no 213, deixar de tomar providências para prevenir e reprimir
desordens no estádio. O fato ocorreu após a derrota do Paysandu para o
Luverdense, pela Série B do Brasileiro, há pouco menos de 15 dias.
Na ocasião, os integrantes da organizada agrediram
torcedores do próprio time, a torcida Banda Alma Celeste, pelo fato de a
agremiação ter se manifestado a favor da causa LGBT. Um boletim de ocorrência
foi registrado pelos agredidos, em Belém, no Pará, narrando não apenas este
episódio de agressão, como ameaças de morte que integrantes da torcida vêm
sofrendo por conta do posicionamento. A Alma Celeste não entrou como parte no
registro, mas prestou auxílio jurídico e psicológico aos denunciantes. Serviram
como base para a denúncia do STJD, imagens captadas pela imprensa no dia do
ocorrido.
A Banda Alma Celeste foi a primeira torcida do Brasil a
pedir o fim do preconceito por orientação sexual e de gênero, contra gays,
lésbicas, transexuais, transgêneros, travestis e bissexuais. Além de terem
aberto uma bandeira símbolo do Orgulho LGBT na arquibancada, num jogo contra o
Santos, no primeiro semestre, eles também aboliram uma música que chamava os
rivais do Remo de gays.
No fim de junho, durante a semana do Orgulho LGBT, a
torcida Movimento Nação 12, do Flamengo, também se manifestou favorável ao fim
do preconceito e às causas LGBTs em sua página no Facebook, informando que não vão mais cantar hinos com conteúdo
homofóbico.
● PREVISÃO NO CÓDIGO - O artigo 243-G é o mesmo que
provocou a eliminação do Grêmio, na Copa do Brasil, de 2014, quando uma
torcedora chamou o goleiro Aranha, então no Santos, de
"macaco".
"Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou
ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo,
cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".
O clube vive situação delicada na Série B, com 14 pontos,
somente dois para o primeiro colocado da zona de rebaixamento. Se a perda de
pontos for consolidada, o quadro se agrava. https://twitter.com/gabi_moreira">Siga
@gabi_moreira (OUL)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique a vontade para comentar o que quiser, apenas com coerência e sem ataques pessoais.