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BOLSONARO ACABARÁ COM A INFRAERO EM ATÉ TRÊS ANOS, DIZ FUTURO MINISTRO - O
governo de Jair Bolsonaro pretende conceder toda a rede de aeroportos do Brasil
e, num prazo de aproximadamente três anos, acabar com a estatal que hoje
administra a rede, a Infraero. O destino será a privatização ou a liquidação.
“Vai acabar”, afirmou ao Estado o futuro ministro da Infraestrutura, Tarcísio
Gomes de Freitas. Ele confirmou que o brigadeiro Hélio Paes de Barros será
presidente da estatal e negou que o nome tenha sido imposição do grupo militar
no entorno do futuro presidente. “Foi escolha minha”, disse. “Não teve pressão
nenhuma”. O futuro ministro acrescentou que Paes de Barros, atual diretor da
Agência Nacional de Aviação (Anac), foi escolhido justamente por estar afinado
com os planos do governo para acelerar as concessões. “É um grande nome, que
tem profundo conhecimento técnico na área e vai alinhar conosco o programa de
concessões dos aeroportos”. O programa será reforçado com o deslocamento da
economista Martha Seillier, hoje chefe da assessoria especial da Casa Civil da
Presidência, para a diretoria da Infraero. Ela já foi diretora da área de
regulação e concorrência da Secretaria de Aviação Civil e atuou na área de
formulação de políticas para a aviação civil no Ministério da Defesa. Segundo
Freitas, a ideia é realizar, em março, o leilão dos 12 aeroportos no Norte,
Nordeste e Centro-oeste, cujo edital já foi elaborado no atual governo. Logo
após o leilão, ele pretende anunciar uma nova rodada, com mais três blocos de
aeroportos. E, quando o leilão desse estiver concluído, anunciará o sétimo e
supostamente último lote de aeroportos a ser concedido para a iniciativa
privada. Ainda há “joias da coroa” a serem leiloados. O aeroporto de Congonhas,
em São Paulo, já chegou a figurar no programa de concessões, do qual foi
retirado por pressões políticas e por uma indefinição sobre o que seria feito
com a Infraero no futuro. No mesmo caso se encontra o aeroporto Santos Dumont,
no Rio de Janeiro. Ambos ainda estão sob administração da Infraero. O futuro
governo, porém, não parece ter dúvidas que a estatal não deve continuar em mãos
do governo, tal como chegou a ser estudado no governo de Michel Temer. Segundo
o futuro ministro da Infraestrutura, a dúvida é se ela será privatizada como
uma empresa de administração de aeroportos ou se, ao final do processo, será
liquidada. A Infraero enfrenta problemas de caixa desde que se iniciou o
programa de concessões de aeroportos, no governo de Dilma Rousseff (2011-2016).
Terminais de grande movimento, como o de Guarulhos (SP), Brasília e Galeão (RJ)
deixaram de integrar a base de aeroportos administrados pela estatal. Ela
entrou como sócia em diversas dessas concessões, o que serviu para aprofundar
seus problemas de caixa num primeiro momento. Essas participações da Infraero
também deverão ser vendidas. Segundo Freitas, parte dos funcionários da estatal
deve ser transferida para uma nova empresa de controle aéreo. Parte já vem
sendo desligada num programa de demissão volunária bancado com recursos obtidos
com as concessões. Na média, diz ele, perto de 1.000 funcionários têm sido
desligados por ano. No início do processo, a Infraero tinha 12.000 empregados.
Hoje tem 9.000. (Estadão Conteúdo)
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