quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

A Maçarandura se presta muito bem à fabricação de dormentes ferroviários, pontes, estacas e vigas, arcos de violino, tacos de sinuca e mobiliário de alta qualidade.

● DAVOS, EGITO, NORUEGA, PORTEL, NO MARAJÓ. Como esses lugares tão distantes se encontram na agenda ambiental?

A Noruega vem dando imensa contribuição financeira para o esforço de redução das emissões de gás carbônico na região que mais desmata no planeta e onde repousam nossas esperanças de um futuro de mediação para a crise climática. O país doou mais de 90% dos R$3.396.694.793,53 de reais recebidos pelo Fundo Amazônia, desde 2009. Onze anos depois da primeira doação, 31 pontos de desmatamento foram verificados em uma operação de fiscalização na Portel do Seu Francisco.

A ação apreendeu 509,51m³ de madeira em tora, de diversas espécies de árvores. As mais comuns, nas áreas florestais dessa linda cidade, onde se come um peixe maravilhoso e uma farinha baguda sensacional, são cupiuba, acapu, maçaranduba, quaruba, cedro, quarubarana e sucupira. Naquele setembro de 2020, descobrimos que pelos menos 500 delas tinham sido derrubadas ilegalmente.

A Maçarandura se presta muito bem à fabricação de dormentes ferroviários, pontes, estacas e vigas, arcos de violino, tacos de sinuca e mobiliário de alta qualidade. E também serve pra sequestrar carbono da atmosfera, garantir um ciclo de chuvas que equilibre a produção da agricultura e da pecuária, dando à raça humana alguns séculos a mais de vida neste planeta que padece de nossa ingratidão.

*Úrsula Vidal é jornalista paraense

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