● LULA TROCA COMANDO DA PF EM 18 ESTADOS E DISPENSA 26
SUPERINTENDENTES DA PRF - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) promoveu nesta quinta-feira (19) uma grande mudança no comando da Polícia
Federal nos estados, trocando 18 superintendentes regionais. Também foram
dispensados 26 superintendentes da Polícia Rodoviária Federal nos estados
Um dos nomeados na PF é o delegado Leandro Almada, que
vai assumir a superintendência regional no Rio de Janeiro, ele foi escolhido
pelo novo diretor-geral, Andrei Rodrigues.
Almada está na PF desde 2008, tem experiência em
investigações e em cargos de chefia e, recentemente, foi o responsável pelo
inquérito sobre a tentativa de obstrução da apuração da morte da vereadora
Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Na Polícia Rodoviária Federal, um dos dispensados é
Virgílio de Paula Tourinho, da unidade da Bahia. Ele chegou a ser intimado pela
justiça eleitoral, durante o segundo turno das eleições, por causa das
operações no estado que dificultaram o voto de muitos eleitores no estado, que
é um reduto petista.
As mudanças foram publicadas em edição-extra do Diário
Oficial da União, publicada na noite de quarta-feira (18). As portarias são
assinadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Almada vai assumir o Rio de Janeiro, que no governo de
Jair Bolsonaro esteve no centro das suspeitas de interferência denunciadas pelo
ex-juiz Sergio Moro.
O delegado está na PF desde 2008, tem experiência em
investigações e em cargos de chefia e, recentemente, foi o responsável pelo
inquérito sobre a tentativa de obstrução da apuração da morte da vereadora
Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A investigação conduzida por ele concluiu que o policial
militar Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, e a advogada Camila
Nogueira eram parte de uma organização criminosa que tentou atrapalhar as
investigações.
Antes do Rio, o delegado foi superintendente no Amazonas
e na Bahia. Após o caso Marielle, ele atuou como na coordenação da apuração
sobre vacinação clandestina contra a Covid em Belo Horizonte (MG).
Para São Paulo, maior superintendência do país, o
escolhido foi o delegado Rogério Giampaolli, que já foi chefe do COT (Comando
de Operações Táticas) e, atualmente, estava na chefia da PF em Sorocaba (SP).
Ele vai substituir o delegado Rodrigo Bartolamei,
indicado no governo de Jair Bolsonaro.
Para comandar a superintendência na Paraíba, a escolhida
foi a delegada Christiane Correa Machado.
A investigadora comandou por um período durante o governo
de Jair Bolsonaro a Cinq (Coordenação de Inquéritos Especiais), responsáveis
pelos casos que envolvem pessoas com foro privilegiado nas cortes superiores.
Ela participou, por exemplo, da investigação sobre as
acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro contra Bolsonaro por
interferência na PF.
Christiane é vista como discreta e linha dura, já foi chefe
da divisão antiterrorismo por cinco anos e coordenou a proteção a ataques
terroristas na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de
Janeiro.
Lula já havia promovido a troca do superintendente da
Polícia Federal no Distrito Federal, no dia seguinte aos atos golpistas, que
terminaram com a invasão e vandalismo no Palácio do Planalto, Congresso
Nacional e Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, o Ministério da Justiça
minimizou a troca e afirmou que a mudança já estava programada e estava
inserida no plano de mudanças gerais nas superintendências.
O delegado Cézar Luiz Busto de Souza foi o escolhido para
comanda a PF no Distrito Federal, no lugar de Victor Cesar Carvalho dos Santos.
O investigador chegou a ser o diretor de Investigação e Combate
ao Crime Organizado, setor mais sensível da PF, no governo Bolsonaro.
Ele foi indicado por Rolando de Souza, segundo dos quatro
diretores-gerais do governo de Jair Bolsonaro.
A Polícia Rodoviária Federal manteve um laço próximo com
o ex-presidente, que sempre prestigiou os eventos da corporação e costumava ir
para a beira de estradas, acompanhado pelos agentes, para acenar para eleitores
Como mostrou a Folha, o ministro da Justiça, Flávio Dino,
afrouxou as regras para nomeações na PF.
A alteração nas regras para nomeação foi publicada no
Diário Oficial da União na quarta-feira (4). Pela portaria de 2018, só poderia
ser diretor o delegado da classe especial, com mais de dez anos de exercício no
cargo e com passagem por posto em comissão do “Grupo Direção e Assessoramento
Superior —DAS 101.3 ou superior por, no mínimo, 1 (um) ano”.
Dino reduziu os requisitos necessários e, a partir de agora, o delegado precisa apenas ser da classe especial para ser indicado para uma diretoria. O mesmo critério passa a valer para a nomeação do corregedor do órgão. (Fonte: Camila Mattoso, Fabio Serapião e Renato Machado / Folha de São Paulo)
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