MARQUETEIRO DO PT SE COLOCA À DISPOSIÇÃO DA LAVA JATO
O marqueteiro João Santana e sua mulher e sócia, Mônica
Moura, apresentaram petição ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os
processos da Operação Lava Jato, neste sábado, colocando-se “à disposição” para
prestar “todos os esclarecimentos” no inquérito que apura suposto recebimento
ilegal do casal no exterior, da empreiteira Odebrecht – acusada de cartel e
corrupção na Petrobrás. “Diante da sugestão sempre respeitável emanada deste
douto juízo, se colocar à disposição desta autoridade – ou de qualquer outra
envolvida nas investigações – para prestar todos os esclarecimentos necessários
à descoberta da verdade”, informa petição entregue pelo criminalista Fábio
Tofic Simantob, na Justiça Federal do Paraná, neste sábado, 20. Moro negou na
semana passada acesso a Santana aos autos de investigação da força-tarefa da
Lava Jato sobre ele. “No âmbito da assim denominada Operação Lavajato, surgiram
notícias sobre possíveis pagamentos efetuados pela Odebrecht a João Cerqueira
da Santana Filho, em decorrência de anotações encontradas em aparelho celular
de dirigente da empresa”, informa Moro, em sua decisão do dia 16. “A partir de
então, foram instauradas investigações e que ainda tramitam em sigilo. Medida,
por exemplo, como rastreamento financeiro, demanda para sua eficácia sigilo,
sob risco de dissipação dos registros ou dos ativos. Como diz o ditado, o
dinheiro tem ‘coração de coelho e patas de lebre’.” Continue lendo...
A partir do material apreendido
em fases anteriores da Lava Jato, a força-tarefa do Ministério Público Federal
investiga desde novembro o pagamento por subsidiárias da Odebrecht a Santana em
contas no exterior, em países como a Suíça. Uma carta da mulher e sócia de João
Santana, Mônica Moura, encontrada nas buscas e apreensões feitas na residência
do operador de propinas Zwi Skornicki, lobista que atuava em nome do estaleiro
Keppel Fels, foi um dos pontos de partida da apuração. O documento cita contas
no exterior. Neste sábado a defesa de Santana informou que “mesmo sem ter se
assenhorado integralmente da causa – que se encontra em fase meramente
investigativa – e muito menos eleito algum juízo de valor sobre os fatos”, Moro
pode ter “algumas certezas” sobre o casal. Santana e a mulher foram os
responsáveis pelas campanhas presidenciais do ex-presidente Lula (2006) e da
presidente Dilma (2010 e 2014). “Fogem completamente ao perfil de investigados
nesta Operação Lava-Jato. Não são nem nunca foram funcionários públicos; não
são nem nunca foram empresários com contratos com o poder público; não são nem
nunca foram operadores de propina ou lobistas”, informa a defesa. Segundo o
advogado, Santana e a mulher são “jornalistas e publicitários de formação” de
renome internacional no marketing político. “Cada centavo que receberam na vida
sendo fruto exclusivo de seu trabalho absolutamente lícito.” Leia mais na Estadão.
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