JANOT CITA ‘SOLUÇÃO MICHEL’ NO PEDIDO DE INQUÉRITO POR
OBSTRUÇÃO À LAVA JATO - No pedido de instauração de inquérito contra o
ex-presidente José Sarney (PMDB/AP), os senadores Renan Calheiros (PMDB/AL) e
Romero Jucá (PMDB/RR) e o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado por obstrução
à Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cita a “solução
Michel” – suposto “acordão” entre os peemedebistas para alçar Michel Temer à
Presidência da República, a partir do impeachment da então presidente Dilma
Rousseff, com o objetivo de estancar as investigações sobre esquema de propinas
instalado na Petrobras. De acordo com o procurador, o “plano’ elaborado pelo
que chamou de “quadrilha” foi colocado em prática logo após Temer assumir
interinamente a presidência, em maio de 2016. Janot não atribui em nenhuma
passagem de seu pedido envolvimento de Temer com o grupo de peemedebistas na
trama para barrar a Lava Jato. Mas é taxativo. “Mais de uma vez nas conversas
gravadas o senador Romero Jucá evidencia que o timing para a implementação do
grande acordo de estancamento da Operação Lava Jato ficaria especialmente
favorecido com o início do governo de Michel Temer.” “Solução Temer” foi um
termo cunhado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RO) em conversa gravada com o
ex-presidente da Transpetro. No diálogo, que consta do acordo de colaboração premiada
de Sérgio Machado, Jucá fala em um “grande acordo nacional” para “parar tudo” e
delimitar a Lava Jato. Este material é usado como base para o pedido de Janot
ao Supremo Tribunal Federal para a instauração de inquérito contra Sarney,
Jucá, Renan e Machado. Temer não pode ser investigado enquanto estiver
exercendo a Presidência, mas no pedido ao Supremo, o procurador-geral cita seu
nome várias vezes. (Estadão)
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