BOM DIA BELÉM
(Poema de Adalcinda Camarão, musicado
por Edir Proença)
Há muito que aqui no meu peito
Murmuram saudades azuis do teu céu
Respingos de ausência me acordam
Luando telhados que a chuva cantou
O que é que tens feito
Que estais tão faceira
Mais jovem que os jovens irmãos que deixei
Mas sábia que toda a ciência da terra
Mais terra, mais dona do amor que te dei
Onde anda meu povo, meu rio, meu peixe,
Meu sol, minha rede, meu tambatajá
A sesta, o sossego da tarde descalça,
o sono suado do amor que se dá
E o orvalho invisível na flor se embrulhando
Com medo das asas do galo cantando
E Um novo dia vai anunciando
Cantando e varando silêncios de lar
Me abraça apertado que eu venho chegando
Sem sol e sem lua, sem rima e sem mar
Coberta de neve, lavada no pranto
Dos ventos que engolem cidades de ar
Procuro meu quarto de vela azulada
Que foi de panada sumindo sem dó
Procuro a lembrança da infância na grama
Dos campos tranquilos do meu Marajó
Belém minha terra, minha casa, meu chão
Meu sol de janeiro a janeiro a suar
Me beija, me abraça que quero matar
A doída saudade que quer me acabar
Sem círio da virgem, sem cheiro cheiroso
Sem a "chuva das duas " que não pode faltar
Cochilo saudades na noite abanando
Teu leque de estrelas, Belém do Pará!
Murmuram saudades azuis do teu céu
Respingos de ausência me acordam
Luando telhados que a chuva cantou
O que é que tens feito
Que estais tão faceira
Mais jovem que os jovens irmãos que deixei
Mas sábia que toda a ciência da terra
Mais terra, mais dona do amor que te dei
Onde anda meu povo, meu rio, meu peixe,
Meu sol, minha rede, meu tambatajá
A sesta, o sossego da tarde descalça,
o sono suado do amor que se dá
E o orvalho invisível na flor se embrulhando
Com medo das asas do galo cantando
E Um novo dia vai anunciando
Cantando e varando silêncios de lar
Me abraça apertado que eu venho chegando
Sem sol e sem lua, sem rima e sem mar
Coberta de neve, lavada no pranto
Dos ventos que engolem cidades de ar
Procuro meu quarto de vela azulada
Que foi de panada sumindo sem dó
Procuro a lembrança da infância na grama
Dos campos tranquilos do meu Marajó
Belém minha terra, minha casa, meu chão
Meu sol de janeiro a janeiro a suar
Me beija, me abraça que quero matar
A doída saudade que quer me acabar
Sem círio da virgem, sem cheiro cheiroso
Sem a "chuva das duas " que não pode faltar
Cochilo saudades na noite abanando
Teu leque de estrelas, Belém do Pará!
Adalcinda foi poeta romântica e compositora. Estudou no Colégio D. Pedro II e
também no Instituto de Educação. Despontou como poeta na revista de estudantes
denominada “Terra Imatura”, no ano de 1938. Foi fazer seu mestrado em Educação
e Linguística nos Estados Unidos em 1956, ficando lá até 1959. Neste mesmo ano
foi eleita para a Academia Paraense de Letras para ocupar a cadeira 17, cujo
patrono é Felipe Patroni. Era casada com o também membro da Academia Paraense
de Letras, Líbero Luxardo, com quem teve um filho. Morou nos Estados Unidos,
onde trabalhou como professora de Português para estrangeiros. Ensinou também
literatura brasileira e portuguesa de 1960 a 1965.
Lecionou em algumas universidades e centros de ensino
americanos, tais como: Georgetown University, American University, Graduate
School of the Agriculture Department, Arlington Adult Education. Também
lecionou na Casa Branca para os assistentes dos presidentes Richard Nixon e
Gerald Ford nos anos de 1974 e 1975.
No ano 2000, após 44 anos nos Estados Unidos, a poeta voltou para Belém e faleceu cinco anos depois, com 91 anos de idade.
Publicações:
Educação - Brasil Fala Português. 1964; Comentários no Espaço e no Ar (At the Red Lights, em inglês), 1977).
Folclore - Lendas da Terra Verde, 1956.
Poesia - Despetalei a Rosa, 1941; Vidência, 1943; Baladas de Monte Alegre, 1949; Entre Espelhos e Estrelas, 1953 (Premiado como melhor livro do ano pelo Governo do Estado); Caminho do Vento, 1968; Folhas, 1979; A Sombra das Cerejeiras, 1989; Antologia Poética, 1995.
Teatro - Um Reflexo de Aço, 1955; O Mar e a Praia, 1956.
No ano 2000, após 44 anos nos Estados Unidos, a poeta voltou para Belém e faleceu cinco anos depois, com 91 anos de idade.
Publicações:
Educação - Brasil Fala Português. 1964; Comentários no Espaço e no Ar (At the Red Lights, em inglês), 1977).
Folclore - Lendas da Terra Verde, 1956.
Poesia - Despetalei a Rosa, 1941; Vidência, 1943; Baladas de Monte Alegre, 1949; Entre Espelhos e Estrelas, 1953 (Premiado como melhor livro do ano pelo Governo do Estado); Caminho do Vento, 1968; Folhas, 1979; A Sombra das Cerejeiras, 1989; Antologia Poética, 1995.
Teatro - Um Reflexo de Aço, 1955; O Mar e a Praia, 1956.
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