SEM OPOSIÇÃO, CCJ DO SENADO APROVA CPI 'AMPLIADA' DA
PETROBRÁS
Proposta pela base do governo, Comissão de Inquérito propõe
investigar casos que envolvem o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos,
ambos pré-candidatos à Presidência
Ricardo Brito e Débora Álvares - Agência Estado
Brasília - Sob protestos da oposição, a Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta manhã, em votação
simbólica, a proposta de se instalar a CPI "ampliada" da Petrobrás.
Os oposicionistas fizeram questão de não participar da votação do parecer do
senador Romero Jucá (PMDB-RR), favorável a investigar a estatal e ao mesmo
tempo casos que envolvem o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo.
Desde terça-feira, quando iniciou a discussão na CCJ, os
oposicionistas criticam a ação da base aliada de não permitir a instalação da
CPI do Senado para investigar exclusivamente as suspeitas que pairam contra a
Petrobrás. O principal foco da oposição era investigar a compra da refinaria de
Pasadena, no Texas (EUA). Conforme o Estado revelou, a presidente Dilma
Rousseff, que na ocasião presidia o Conselho de Administração da Petrobrás,
votou a favor da operação, mas alegou ter tomado a medida embasada em um resumo
"falho" e "incompleto". Continue lendo...
Numa reação, os governistas propuseram na semana passada uma
CPI "combo", para investigar Petrobrás e também irregularidades no
metrô de São Paulo e do Distrito Federal, além do porto de Suape,
Na sessão desta quarta da CCJ, o debate entre base e
oposição foi acalorado. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE),
defendeu a proposta de se incluir outros assuntos no requerimento de criação da
CPI da Petrobrás. "O que estamos travando aqui é um debate eminentemente
político. A oposição quer fazer uma CPI da Petrobrás para transformar um
palanque. Vamos para a CPI, mas vamos investigar tudo", afirmou.
O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP),
chamou a CPI proposta pela base aliada de "chapa branca" e
"diversionista". O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que a
base aliada, maioria no Senado, não está respeitando o direito das minorias.
"O que se está fazendo aqui é, na prática, um estupro ao que diz a
Constituição", criticou Randolfe.
STF. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) anunciou
durante a sessão que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para impedir que
o Senado instale a CPI da Petrobrás proposta pela oposição. Adotando a mesma
tática dos oposicionistas, que na terça entraram com mandado de segurança
questionando a CPI "ampliada" da base aliada, Gleisi disse que é
preciso ter coerência.
"Quero dizer a esta comissão que, assim como a
oposição, apresentaremos também um mandado de segurança ao Supremo Tribunal
Federal com base nos mesmos argumentos para que se conceda uma liminar para que
se suspenda a instalação da CPI por não atendimento da determinação e conexão
dos fatos", afirmou.
A afirmação de Gleisi deu início a um bate-boca com Aloysio Nunes,
que disse à senadora que ela "está no mundo da lua". "A senhora
não quer CPI e ponto final", disse o tucano em reação à afirmação da
petista de que "falta coerência à oposição". Gleisi rebateu dizendo
que os tucanos têm que explicar os motivos pelos quais não permitiam a criação
de CPIs durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Ex-ministra da Casa Civil de Dilma, Gleisi tem tomado a
frente na defesa dos interesses do governo. Na semana passada, após a oposição
protocolar o requerimento que pede a instalação de uma CPI exclusiva da
Petrobrás, a senadora colocou uma questão de ordem, alegando que os objetos
propostos são desconexos e, portanto, a comissão seria inconstitucional. São
quatro os objetos propostos nessa CPI, todos referentes à estatal.
A oposição, que entrou com recurso na terça no Supremo,
espera uma decisão favorável para instalar a CPI que tratará apenas da estatal.
(AE)

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