segunda-feira, 21 de julho de 2014

● Como esperado – a cabeça do eleitor não mudou depois da copa – tudo o que saiu não passou de potoca

‘COPA’ ENTRE GOVERNO E OPOSIÇÃO TERMINA SEM GOL
No jogo eleitoral que disputaram durante a Copa do Mundo, os três principais candidatos à Presidência tiveram boas e más atuações e terminaram praticamente empatados – ou seja, nenhum levou vantagem sobre os demais e o impacto de tudo na campanha tende a ser mínimo. Esse é o placar observado por cientistas políticos de quatro escolas que analisaram os episódios mais significativos do torneio – vaias e xingamentos à presidente Dilma Rousseff, ataques à “elite branca”, a ideia de intervir no futebol, as críticas, recuos e silêncios de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) e as derrotas do Brasil contra Alemanha e Holanda. A pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, segundo eles, mostra pouca alteração no cenário pós-Copa. Embora aponte pela primeira vez empate técnico entre Dilma e Aécio no 2.º turno (44% a 40%) e redução da diferença dela para Campos (45% a 38%) nesse cenário, houve estabilidade nas preferências do 1.º turno: a petista tem 36%, o tucano, 20% e o candidato do PSB, 8%. “As variações do Datafolha para o 1.º turno são mínimas e para o 2.º, estão dentro da margem de erro”, diz Leonardo Avritzer, da Universidade Federal de Minas Gerais. Como ele, Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas, diz que “o efeito Copa está passando rapidamente”. “O lastro é pequeno e o cidadão está voltando ao dia a dia”, afirma. Para o professor de Teoria Política da Unesp Milton Lahuerta, “não dá para imaginar ocorrências da Copa que impliquem em mudança de voto”. O próprio diretor do Datafolha, Mauro Paulino, já havia dito que o saldo da disputa, na pesquisa, “pode ser considerado um empate sem gols entre governo e oposição”. Na avaliação de José Álvaro Moisés, da USP, a Copa ocorreu “em um momento de transição do País”, em que a capacidade crítica cresce após os protestos de junho de 2013 e as incertezas na economia persistem. “(Dilma) fez uma tentativa equivocada de aproveitar os resultados esportivos (…) e isso vai ter efeito em sua popularidade. Só não sabemos se será significativo.” (Gabriel Manzano, Agência Estado)

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