AÉCIO ATACA MARINA E TENTA ATRAIR MULHERES E NEGROS
Portal Terra
Acabou a política da boa vizinhança. Chegou ao fim o
período de não-me-toques na propaganda eleitoral na TV. Os candidatos, que até
aqui estavam preservando uns aos outros, provavelmente partirão agora para o
ataque declarado. Ainda que, por enquanto, seja em clima de fogo amigo.
No programa de sábado (30), Aécio Neves inaugurou a fase
de artilharia. Mirou na direção de Dilma, mas seu alvo principal foi Marina.
Após despencar nas pesquisas do Ibope e do Datafolha, com possibilidade real de
ficar fora do segundo turno, o candidato do PSDB apelou para a velha tática de
colocar em dúvida a capacidade do oponente.
Olhando diretamente para a câmera, como se fosse um ‘papo
reto’ com o telespectador, o tucano criticou Dilma: “Seu governo não deu certo.
E hoje o Brasil está pior que há quatro anos”. Logo depois começou a fazer um
jogo de comparação entre ele e a candidata do PSB. Continue lendo...
“Eu respeito a Marina. Ela também é uma pessoa com boas
intenções. Mas a gente já viu que, para mudar tudo o que está errado, é preciso
muito mais do que isso”, disse Aécio.
Em seguida, de maneira diplomática, o mineiro insinuou
que Marina é inexperiente, não tem influência política, carece de uma equipe
estruturada e nunca testou suas principais ideias. “Você quer uma mudança sem
risco, uma mudança que dê certo”, insistiu.
Numa tentativa evidente de mostrar confiança numa virada
nas pesquisas, Neves ressaltou: “A campanha está apenas começando”. Ao final do
discurso, outra cutucada na ‘sonhática’ Marina: “Eu não quero apenas prometer
sonhos. Eu quero transformar os seus sonhos em realidade”.
Foram 3 minutos e 15 segundos de esforço para convencer o
telespectador-eleitor de que Aécio é mais preparado do que Marina. A seguir
surgiram depoimentos de sete atores descrevendo as realizações de Aécio Neves
como governador de Minas Gerias.
Um detalhe que não é detalhe: os atores eram dois homens
e cinco mulheres, todos de origem negra, aparentando entre 20 e 40 anos.
Coincidência? Não. Em propaganda política não existem coincidências. Esses
atores foram escolhidos a dedo.
Recente pesquisa do Datafolha revela que o eleitorado de
Aécio é predominantemente masculino, pertence à classe média e cursou
faculdade.
Ou seja, ele está em desvantagem entre as mulheres, que
representam 52,13% dos eleitores aptos a votar em 2 de outubro; entre os
negros, cuja maioria não faz parte da classe média tampouco tem nível superior
de escolaridade; e entre os jovens que ainda não ascenderam socialmente nem
concluíram a universidade.
Colocar muitas mulheres e também afrodescendentes no
programa do horário político é uma tática para despertar a simpatia nesta
parcela do eleitorado. Na propaganda de Dilma, os dois apresentadores são um
jovem branco e uma jovem negra. Resumo da ópera: os marqueteiros sabem muito
bem a quem seus candidatos precisam se dirigir na TV. (Portal Terra)
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