POBREZA DE MARINA NA INFÂNCIA PODE CONTRIBUIR PARA SUA
VITÓRIA, DIZ 'ECONOMIST'
Candidata teria rebatido possibilidade de encerrar Bolsa
Família dizendo "saber o que é passar fome"
Por Rafael Gonzaga* Jornal do Brasil
A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição
em outubro desde ano, teria afirmado que somente o voto nela poderia garantir a
continuação do mais famoso programa de combate à pobreza do país, o Bolsa Família.
As informações foram veiculadas pelo jornal britânico The Economist em matéria
desta sexta-feira (19). Segundo o jornal, dos cerca de 140 milhões eleitores do
Brasil, até 30 milhões seriam beneficiários do programa, direta ou
indiretamente. Isso representaria um enorme risco para seus adversários, em
especial para Marina Silva.
De acordo com o jornal londrino, a principal concorrente
de Dilma na corrida presidencial, Marina Silva (PSB), transmitiu pela televisão
sua resposta no dia 16 de setembro. Marina teria dito que não vai lutar com
Dilma usando as armas da rival, mas que no lugar disso faria uso da verdade, do
respeito e suas próprias políticas. Marina afirma que irá manter o programa
Bolsa Família justamente por ter vindo de uma origem humilde e saber o que é
passar fome, segundo o jornal. Continue lendo...
O jornal lembra que Marina Silva nasceu em uma zona rural
pobre do Acre e que seus pais eram seringueiros e que, ao contrário da de
praticamente todos os políticos brasileiros ativos, a candidata saberia o que é
passar fome. Esse apelo seria uma das principais forças da candidata que foi
lançada na corrida presidencial após a morte do candidato oficial
do PSB e seu companheiro de chapa Eduardo Campos, em um acidente de avião no
dia 13 de agosto.
Em seu discurso, Marina lembra que durante a infância,
tudo que sua mãe costumava ter para alimentar oito crianças era um ovo, cebola
picada e um punhado de farinha e sal. Marina diz lembrar de situações adversas
de sua infância. “Lembro-me de olhar para meus pais e perguntar: vocês não vão comer?
E minha mãe responder que eles não estavam com fome. Quando criança, eu
acreditava nisso. Mas depois eu entendi que, por mais um dia, eles não tinham
nada para comer. Alguém que tenha passado por isso nunca vai acabar com o Bolsa
Família. Este não é um discurso. É uma vida.”, teria afirmado. (*Do programa de
estágio JB)
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