O empresário Rogério Chequer, um dos líderes do “Vem pra
Rua”, disse no domingo, 29, que há “um clamor muito alto” das bases do
movimento para que um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff seja
admitido, dentro do grupo, como uma possibilidade concreta entre suas metas e
palavras de ordem. “Não é um clamor pelo impeachment em si. E, de novo,
lembramos a precondição de que tem de ser tudo dentro da lei”, afirmou. “Mas o
fato é que começamos a perceber várias iniciativas que trazem motivos novos, argumentações
de que a presidente poderia estar sujeita a uma ação por crime comum”, afirmou
ele ao jornal O Estado de S. Paulo. Disse também que nesta segunda, 30, ou
terça-feira, 31, o movimento vai “oficializar” essa posição no documento sobre
temas que defenderá na próxima manifestação, dia 12 de abril. Criado no final
do ano passado, o “Vem pra Rua” destacou-se nos recentes protestos de rua
defendendo o “Fora Dilma” mas entendendo – até a semana passada – que “por
enquanto” não via razões legais para o impeachment (da presidente)”. Essa
posição vinha sendo cobrada por vários outros grupos. Um dos motivos para se
incluir o impeachment, agora, como perspectiva concreta – segundo o empresário
– é a movimentação do governo em favor dos acordos de leniência que vêm sendo
negociados com empresas envolvidas em casos de corrupção. “Já foram aprovados
cinco, e temos vários pedidos novos em andamento”, afirmou. Chequer ressalta
que não é advogado e que não tem “competência nem a função” para entrar no
mérito jurídico do problema e que o impeachment não é a “causa central” do
movimento. Mas admite ter ouvido muitas análises de estudiosos que consideram a
instrução 74 da Advocacia Geral da União (AGU) – que trata das condições para
os acordos de leniência – uma invasão do Executivo sobre áreas de competência
do Judiciário. (Agência Estado)
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