‘NÃO ADIANTA ESCONDER BENS FORA DO BRASIL’, DIZ JANOT
À frente da Operação Lava Jato, o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, mandou ontem (23) um recado aos políticos
brasileiros. Após ter sido questionado sobre as investigações relativas ao
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o chefe do Ministério Público
Federal, afirmou, sem citar diretamente o peemedebista: “Não adianta esconder
bens fora do Brasil porque a cooperação internacional intensa permite
identificar esses valores e a recuperação desses valores”.O recado do
procurador-geral elevou o grau de apreensão em Brasília, principalmente entre
os parlamentares e demais políticos citados na operação, comandada pelo
Ministério Público e pela Polícia Federal. No início deste mês, as autoridades
da Suíça enviaram ao Brasil dados sobre mais de cem contas secretas abertas no
país europeu que movimentaram até R$ 20 bilhões relacionados, de forma direta
ou indireta, aos desvios e à corrupção na Petrobrás.Para reforçar seu aviso,
Janot usou o exemplo da extradição do ex-diretor de marketing do Banco do
Brasil Henrique Pizzolato, que retornou ontem (23) ao País. Ele era o único dos
condenados do mensalão, ainda em 2012, que não havia sido preso. O
procurador-geral ressaltou que as decisões da Justiça brasileira valem além das
fronteiras nacionais, seja para os que fogem para evitar o cumprimento de
penas, seja para aqueles que escondem dinheiro e bens de valor no
exterior.”Fica também um recado muito claro para as pessoas que cometem
ilícitos. É que se o crime hoje é um crime organizado e que muitas vezes não
respeita fronteiras, as decisões judiciais valem também além das fronteiras dos
respectivos países nacionais” completou.A extradição de Pizzolato é a primeira
de um cidadão italiano para o Brasil. Para Janot, a volta do condenado do
mensalão vai servir como precedente para outros procedimentos a partir da União
Europeia, que também questiona a qualidade das cadeias brasileiras para receber
os extraditados. “Que isso sirva de alerta e estímulo para que busquemos
solução para o sistema prisional brasileiro”, disse. (Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique a vontade para comentar o que quiser, apenas com coerência e sem ataques pessoais.