FHC PAGOU EX-AMANTE NO EXTERIOR E BANCOU ABORTOS
Jornalista Mirian Dutra afirma que o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso mandava dinheiro para ela e seu filho, Tomas Dutra,
no exterior, através da empresa Brasif S.A. Exportação e Importação; ela disse
ainda que o contrato foi viabilizado pelo lobista Fernando Lemos, um dos mais
influentes de Brasília durante o governo FHC, e que políticos como Jorge
Bornhausen e Antônio Carlos Magalhães agiram para que ela permanecesse em
silêncio e não atrapalhasse a carreira política de FHC; segundo ela, FHC disse
ter depositado US$ 100 mil na conta da Brasif no exterior: "O dinheiro não
saiu dos cofres da Brasif e sim do bolso do FHC", diz; "Por que
ninguém nunca investigou as contas que o Fernando Henrique tem aqui
fora?", questiona Mirian; quando engravidou ela conta ainda que FHC
disse que ela poderia ter o filho de qualquer pessoa, menos dele; "ele
também pagou dois abortos que fiz".
247 – Após quebrar o silêncio de 30 anos sobre sua
relação extraconjulgal com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a
jornalista Mirian Dutra afirma que o tucano mandava dinheiro para ela e seu
filho, Tomas Dutra, no exterior, através da empresa Brasif S.A. Exportação e
Importação.
Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, ela afirma que
a transferência foi feita por meio da assinatura de um contrato fictício de
trabalho, celebrado em dezembro de 2002 e com validade até dezembro de 2006.
"Eu não quero morrer amanhã e tudo isso ficar na
tumba. Eu quero falar e fechar a página", afirma.
No contrato com a Eurotrade Ltd., empresa da Brasif com
sede nas Ilhas Cayman, a jornalista deveria prestar "serviços de
acompanhamento e análise do mercado de vendas a varejo a viajantes",
fazendo pesquisas "tanto em lojas convencionais como em duty free shops e
tax free shops" em países da Europa.
"Eu trabalhava na TV Globo e tive um corte de 40% no
salário em 2002. Me pagavam US$ 4.000. Eu estava superendividada, vivia de
cartões de crédito e fazendo empréstimo no banco. Me arrumaram esse contrato
para pagar o restante", afirma Mirian, que disse que "jamais
pisou" em uma loja convencional ou em um duty free para trabalhar.
O acordo foi mediado pelo lobista Fernando Lemos, morto
em 2012, que era casado com Margrit Dutra Schmidt, irmã de Mirian.
"Ele (FHC) me contou que depositou US$ 100 mil na
conta da Brasif no exterior, para a empresa fazer o contrato e ir me pagando
por mês, como um contrato normal. O dinheiro não saiu dos cofres da Brasif e
sim do bolso do FHC", diz. "Por que ninguém nunca investigou isso?
Por que ninguém nunca investigou as contas que o Fernando Henrique tem aqui
fora?", questionada Miriam.
O empresário Jonas Barcellos, dono da Brasif, não nega o
acerto. Mas diz não se lembrar de detalhes.
Em nota, FHC negou que tenha utilizado a empresa Brasif
S.A. Exportação e Importação para enviar recursos para ajudar a jornalista. Ele
admite, no entanto, manter contas no exterior, ter mandado dinheiro para Tomás
e ter lhe presenteado recentemente com um apartamento de € 200 mil em Barcelona,
na Espanha.
Em trechos de outra entrevista concedida à colunista
Natuza Nery, Miriam relata detalhes do seu sofrimento na época: "Quando
disse que estava grávida, ele disse "você pode ter este filho de quem você
quiser, menos meu". Eu falei: "não acredito que estou escutando isso
de uma pessoa que está há seis anos comigo". Ela revela ter feito outros
abortos a pedido de FHC.
Miriam diz ainda que foi ajudada pelo ex-senador Jorge
Bornhausen e que ACM agiu pedindo para a Globo para ela não voltar ao Brasil
(leia aqui).
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