PESQUISA INDICA REJEIÇÃO AO VICE-PRESIDENTE BRASILEIRO
MICHEL TEMER
Apoiantes e opositores a Dilma Rousseff concordam com a
cassação do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.
Uma pesquisa feita neste domingo, 17, pelo Instituto
Datafolha junto dos movimentos favoráveis e contrários à impugnação da
Presidente brasileira revela uma clara oposição ao vice-Presidente Michel Temer
que assumirá o Governo caso Dilma Rousseff for considerada culpada pelo Senado.
Na avenida Paulista, onde foi promovido um protesto pela
queda de Dilma, 54 por cento dos entrevistados disseram ser também favoráveis à
impugnação de Temer.
A expectativa quanto a um eventual Executivo de Temer
também não é positiva: a maioria dos manifestantes da Paulista (68%) acredita
que a gestão dele será regular ou má/péssima.
Segundo estimativa do Datafolha, estiveram na avenida 250
mil pessoas.
A avaliação de Temer é ainda pior entre os manifestantes
que estiveram no Vale do Anhangabaú (centro de São Paulo), onde se concentraram
os apoiantes de Dilma Rousseff, num total estimado por aquele instituto de 40
mil pessoas.
Entre esses manifestantes, 79 por cento defendem que
Temer também seja afastado e 88 por cento entendem que o Governo dele será mau
ou péssimo.
O Datafolha ouviu 1.147 pessoas no Anhangabaú e 2.078
pessoas na região da avenida Paulista entre as 15 e as 22 horas de ontem,
enquanto decorria a votação da impugnação de Dilma Roussef na Câmara dos
Deputados.
A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais
ou para menos, na pesquisa feita com os movimentos favoráveis a Dilma Rousseff
e de dois pontos percentuais no protesto contra a Presidente.
Pesquisa do Datafolha feita em Março revelou que, entre a
população brasileira geral, 35 por cento entendem que um eventual Governo de
Michel Temer será mau/péssimo e outros 35 por cento admitem que será regular.
Eduardo Cunha rejeitado
No que os manifestantes contra e a favor do processo de
impugnação da Presidente estão de acordo é com a cassação do presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB.
Entre os apoiantes de Dilma, 94 por cento disseram ser
favoráveis ao afastamento do deputado federal, que conduziu o processo de
impugnação e que é réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de corrupção na
operação Lava Jato.
Na avenida Paulista, 87 por cento dos que defendiam a
impugnação de Rousseff, declararam apoio ao afastamento de Cunha.
A exemplo de grandes protestos anteriores, tanto na
Paulista quanto no Anhangabaú o perfil dos manifestantes se manteve elitizado.
Na manifestação a favor da impugnação, 31 por cento
disseram ter renda superior a 10 salários mínimos, enquanto na população do
município o índice é de apenas 11 por cento.
Entre os apoiantes de Dilma presidente, 61 por cento
disseram não ter curso superior, embora na cidade de São Paulo o índice seja de
28 por cento.
O processo
A Câmara dos Deputados do Brasil aprovou neste domingo,
17, o encaminhamento do processo de impugnação da Presidente Dilma Rousseff ao
Senado por 367 votos a favor e 137 contra, numa sessão que começou na
sexta-feira à tarde.
Durante mais de seis horas, 505 deputados votaram e
manifestaram a sua posição, numa sessão transmitida ao vivo pelas cadeias da
televisão do país e acompanhada por milhares de pessoas, a favor e contra, em
várias avenidas e praças, que acompanharam a votação através de ecrãs gigantes.
O Senado deve começar ainda neste mês a apreciar a
denúncia apresentada contra Dilma Rousseff. (Redação VOA)
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