SÉRGIO MACHADO VIRA ‘JUDAS’ EM FESTA DE POLÍTICOS
Ao sabor da safra 2013 do vinho português Confidencial, o
deputado federal Heráclito Fortes (PSB-PI) investiu pelo segundo ano em uma
celebração junina para colegas do Congresso, poucos no sábado, 18, na Esplanada
dos Ministérios, e recebeu, “sem ser muito amigo”, o ex-presidente e senador
Fernando Collor de Mello (PTC-AL). Tentando se mostrar bem-humorado com a
citação de seu nome na delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o
anfitrião brincou diversas vezes que o banquete e a bebida eram um oferecimento
do delator, apontado por alguns como “irresponsável”, “louco” e “operador do
PT”. “Não sei aonde esse cara quer chegar?”, questionavam-se alguns convidados.
“A festa está sendo paga pelo que sobrou da grana de Machado”, brincou
Heráclito. Sempre com charuto, Collor chegou cedo e foi um dos últimos a deixar
a festa. O senador ficou no centro de uma das rodas. Na sua despedida de
Heráclito, fez questão de dizer na frente de repórteres que prestava
“absolutamente, integralmente e imensamente” sua solidariedade contra o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, seu desafeto público.
Recentemente, Collor teve o sexto inquérito aberto no âmbito da Operação Lava
Jato. Ele chegou a xingar o procurador e disse que tinha tanta certeza de que
ele era um “fdp” que não tinha receio de falar novamente isso na tribuna do
Senado. O nome que esteve em todas as rodas de conversa do começo ao fim da
festa era o de Machado. Muitos admitiram que a delação do ex-presidente da
Transpetro está prejudicando o início do governo Michel Temer. “Ele não pode
colocar tudo no mesmo saco, ali tem culpados e inocentes. Os jornais colocam a
foto dos políticos como se fossem todos criminosos”, disse um deputado. (Estadão
Conteúdo)
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