JUIZ AUTORIZOU BUSCAS NA CASA DE GLEISI, MAS NEGOU ACESSO
A SEUS BENS E DOCUMENTOS
Em decisão de 75 páginas, que deflagrou a Operação Custo
Brasil, o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, de São Paulo, autorizou buscas
na residência do ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e
Comunicações/Governos Lula e Dilma) e da mulher dele, a senadora Gleisi
Hoffmann (PT/PR), mas negou acesso a bens, documentos e objetos da petista
porque ela detém foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal (STF). A
ação da Polícia Federal, integrada com a Procuradoria da República e a Receita,
provocou reação no Senado, onde colegas de Gleisi contestaram as buscas no
apartamento funcional onde ela mora com Paulo Bernardo – este, sem foro
especial, o alvo maior da Custo Brasil por suspeita de recebimento de propinas
do esquema de empréstimo de consignados envolvendo sua gestão no Planejamento.
Como adiantou a Coluna do Estadão nesta quinta-feira, 23, o Senado vai entrar
com reclamação junto ao STF contra a Operação. O presidente da Casa, Renan
Calheiros (PMDB-AL), e o primeiro-vice, Jorge Viana (PT-AC), já pediram uma
consulta sobre o assunto à Advocacia-Geral do Senado para embasar o documento.
“O direito à intimidade e à privacidade não são absolutos e devem ceder aos
interesses da coletividade em ver apurados gravíssimos crimes de corrupção que,
ainda mais quando, em larga escala (o total desta investigação superaria cem
milhões de reais), são capazes de causar prejuízos incomensuráveis ao país e à
sociedade brasileira”, ponderou o juiz federal em sua decisão. O Ministério
Público Federal argumentou que o fato de Gleisi ser senadora ‘não impede a
busca e apreensão, pois, do contrário, ser casado ou residir com alguma
autoridade equivaleria a uma verdadeira imunidade a investigações criminais, o
que não se poderia admitir’. Leia mais no Estadão.
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