CABOCLO AMAZÔNIDA, DA BEIRADA DO GRADE RIO MAR, UMA HISTÓRIA
DE SUPERAÇÃO
Foi dia 08 de outubro de 1970, as margens do rio Jatapu, no município
de Urucará no Amazonas, rio das luaradas e pescarias caboclas, que nasceu Silvio
Lopes Amorim, de família humilde, amazônidas que vivem da fé e da coragem que
habita a alma do povo da floresta. Ao ficar de pés no mundo, olhou dá varanda
da casa simples, o grande rio mar e fitando o horizonte percebeu que havia uma
grande estrada d’água para percorrer – Logo sua família em busca de melhores
dias se mudou para as terras caídas de Juruti na aventura de uma vida melhor,
mas foi numa invernada, quando Silvio acordou na madrugada e percebeu sua casa,
sendo arrancada de cima do barranco tombado, pela fúria do rio mar, violento,
cruel, sem compaixão com a sua humilde família, deixando seus pais no desespero,
na ânsia de salvar o que poderiam salvar, no amanhecer, Silvio enxugando lágrimas,
o soluço agudo no peito, viu que restavam os membros da família e nada mais,
até a sua história tinha sido levada pela correnteza malvada do rio Amazonas –
Era hora de recomeçar, ano de 1986, o pai um velho enfermeiro de guerra e sua
mãe, mulher nativa da Amazônia, decidiram que Santarém seria o lugar para o
recomeço de suas vidas – Silvio viu seu pai velho sem forças, adoentado, sua
mãe uma guerreira valente, destinando toda a sua força para cuidar do marido amado,
então teve que cair na vida cedo, foi vender pão pela manhã no tablado da Padre João, antigo Supermercado Paulistão, a tarde picolé, chopinho, jornal, quebra- queixo nos barcos de linha que
aportam de todos os rios da Amazônia na beirada do Tapajós, tudo o que
arrecadava era para o sustento da família, e decidiu estudar... um velho em uma
canoa, após comprar um saco de pão torrado, e conversar com ele, disse olhando
firme para o garoto: “meu filho, sou do sítio, você é da cidade, vá estudar,
nunca deixe de trabalhar, mas só o estudo vai lhe tirar dessa vida lascada...” –
as palavras do caboclo do sítio, não soaram como um ralho, mas como um
incentivo, Silvio entrou na escola, trabalhava e estudava com afinco, dia e
noite, continuava vendendo bombons, pitomba e as frutas da época, em uma
banquinha fixa montada na feira - passou por muitas humilhações, conheceu muita
gente de bom coração, venceu doenças, inimigos e invejosos que só queriam o seu
mal, mas foi que em 1993 entrou na
faculdade de Biologia, era um tempo de grandes incertezas, de sonhos, desafios
e muita persistência, mas em 1997, concluiu e ergueu para muitos convidados em
uma festa pomposa seu diploma de biólogo graduado, lutou mais e se pós graduou
em Geografia Ambiental... as coisas começaram a mudar e Silvio Amorim iniciou
um novo capítulo na sua vida, de se tornar empresário e logo após recebeu o
convite para ingressar na política como meio de transformação da sociedade,
como único instrumento legítimo da democracia que pode mudar a vida das pessoas
... Aguarde o próximo capítulo!

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