PROCURADORIA DIZ QUE PEC QUE LIMITA GASTOS PÚBLICOS É
INCONSTITUCIONAL
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao
Congresso Nacional nota técnica nesta sexta-feira, 7, pedindo o arquivamento da
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para o gasto público,
atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. Caso o Legislativo “não
aceite a inconstitucionalidade” do projeto, a PGR propõe uma série de
sugestões, como a redução do prazo de vigência da medida pela metade. O órgão
afirma no documento que a proposta é inconstitucional, fere a cláusula pétrea
da separação dos poderes e ameaça as ações de combate à corrupção da Justiça. Para
a PGR, a PEC cria uma ideia de “super órgão” do Poder Executivo que, “a
pretexto de trazer a trajetória da dívida pública para níveis sustentáveis,
passará a controlar os demais poderes ainda que de maneira indireta,
inviabilizando o cumprimento de suas funções constitucionais e institucionais”.
No texto, assinado pelo secretário de Relações Institucionais da PGR, o
procurador da República Peterson de Paula Pereira, o órgão considera que a
proposta é “flagrantemente inconstitucional” e “ofende” a independência e
autonomia do Judiciário, do Ministério Público e das defensorias públicas.” A
PEC 241 institui o Novo Regime Fiscal pelos próximos 20 anos, prazo longo o
suficiente para limitar, prejudicar, enfraquecer o desempenho do Poder
Judiciário e demais instituições do Sistema de Justiça e, nesse alcance,
diminuir a atuação estatal no combate às demandas de que necessita a sociedade,
entre as quais o combate à corrupção”, diz o texto. A PGR afirma que é louvável
“fazer melhor, com menos”, mas que vinte anos “há clara extrapolação do limite
do razoável”, que pode “minar, corroer, abalar, arruinar, diminuir e engessar”
o Judiciário. (Estadão Conteúdo)

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