PARA ADVOGADO, EXCLUSIVIDADE DE MORO FERE DIREITO
“A exclusividade nos processos da Lava Jato faz de Sérgio
Moro um juiz de exceção, o que é inconstitucional e pode levar à nulidade de toda
a operação no Supremo Tribunal Federal”, disse ao Estado o advogado Antônio
Carlos de Almeida Castro, também conhecido por Kakay, dono de poderosa banca
com sede em Brasília. Almeida Castro contabiliza 18 clientes de alguma forma
ligados à Lava Jato – entre eles os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Romero
Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA e Ciro Nogueira (PP-PI); o ex-presidente
José Sarney (PMDB-AP e sua filha, a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Em
janeiro, foi um dos 105 assinantes da carta aberta em que advogados acusaram a
“república de Curitiba” de violar garantias do direito de defesa – rebatida com
veemência pelo acusados. “A competência única de Moro fere o direito
constitucional do juiz natural, da livre distribuição do processo”, disse ele
em seu palacete do Lago Sul. “Ele é o único juiz do Brasil que tem essa
exclusividade – o que também não está contemplado na Lei Orgânica da
Magistratura; mais cedo ou mais tarde o Supremo terá de enfrentar essa
questão.” Já se vão oito meses desde a carta de protesto que fez barulho. “Eu
ainda a assinaria cem vezes”, disse. “A Operação Lava Jato é importantíssima, a
corrupção que está sendo desnudada é algo que impressiona, mas tudo isso tem de
ser feito dentro dos limites do Estado Democrático de Direito, com as
prerrogativas preservadas e sem que a prisão preventiva vire a regra, como
continua a acontecer.” Ele criticou o Ministério Público Federal: “Estão
apresentando denúncia como se já fosse sentença, para acuar o Judiciário, com
uma espetacularização que atenta contra o princípio de paridade de armas.” (Estadão)

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