GOVERNO TEMER AUMENTA GASTOS, MAS DIMINUI INVESTIMENTOS
Os gastos do governo federal continuarão crescendo até o
fim de 2016 em relação ao ano anterior. Os investimentos, porém, serão menos
volumosos que nos anos anteriores. A conclusão é de um estudo da
Consultoria de Orçamento (Conof)
da Câmara dos Deputados.
As informações são do repórter do UOL André Shalders.
Segundo o estudo, os gastos totais do governo federal,
descontados os repasses para Estados e municípios, terminarão 2016 em R$
1,2 trilhão, o equivalente a 19,6% do PIB. O crescimento é de 13,7% em relação
a 2015 e 1,3 ponto percentual do PIB do país (descontados de 2015 os gastos com
o pagamento das ''pedaladas fiscais''). O número para 2016 é uma projeção,
feita com base nos gastos do governo até o fim de outubro.
Ao mesmo tempo, os investimentos encolherão em 2016. No
ano passado, R$ 43,3 bilhões foram investidos até o fim de outubro. Em
2016, o montante foi de R$ 40,7 bilhões até o mesmo período, valor 6%
menor.
A queda é ainda maior se comparada a 2014, de 38%. No ano
eleitoral, a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) investiu R$ 65,8
bilhões até o fim de outubro.
Leia aqui a íntegra do estudo, assinado pela consultora
legislativa Márcia Rodrigues Moura e mais 2 colegas.
[Contexto: para os especialistas em contas públicas,
são “investimentos” os gastos que não estão relacionados aos salários dos
servidores, ao custeio da máquina (aluguéis, gasolina, resmas de papel) e ao
pagamento de juros da dívida. Contam como investimentos as obras públicas, a
compra de maquinário etc.]
PREVIDÊNCIA PUXOU GASTOS PARA CIMA
As despesas com pagamento de aposentadorias, pensões e benefícios contribuíram para elevar os gastos em 2016. Benefícios previdenciários (inclusive aposentadorias) crescerão 16,5% até dezembro em relação a 2015. Serão R$ 71,8 bilhões a mais.
As despesas com pagamento de aposentadorias, pensões e benefícios contribuíram para elevar os gastos em 2016. Benefícios previdenciários (inclusive aposentadorias) crescerão 16,5% até dezembro em relação a 2015. Serão R$ 71,8 bilhões a mais.
A política de reajuste do salário mínimo é apontada como
um dos principais motivos para o aumento dos gastos. Isso porque parte das
aposentadorias e outros benefícios estão atreladas ao valor do mínimo.
Os pagamentos do Seguro-Desemprego
foram multiplicados por 5 em 10 anos. Passaram de R$ 7,2 bilhões
em 2004 para R$ 35,9 bilhões em 2014. Em 2016, o valor deverá crescer 26% em
relação a 2015. A subida do Abono Salarial foi ainda maior: em 2004
foram R$ 2,3 bilhões. Dez anos depois tinha disparado para R$ 15,9
bilhões. A inflação acumulada do período, na contagem do IPC-A, ficou por volta
de 70%. (Uol Notícias)
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