OPOSIÇÃO NA CÂMARA VAI PEDIR CONVOCAÇÃO DE GEDDEL E
CALERO
A oposição na Câmara dos Deputados vai pedir a convocação
do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, e do ex-ministro da
Cultura Marcelo Calero para que expliquem a pressão política que teria sido
feita por Geddel para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) liberasse a construção de um imóvel em Salvador (BA). A
oposição quer uma acareação entre os dois para falar sobre o assunto. Em
entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, edição deste sábado (19), Calero disse
que um dos principais motivos que o levaram a pedir demissão do cargo nessa
sexta-feira (18), foi pressão feita por Geddel para que o Iphan aprovasse o
projeto imobiliário La Vue Ladeira. Segundo o jornal, o empreendimento está
previsto para ser construído nos arredores de uma área tombada da capital
baiana, base eleitoral de Geddel.” Vamos chamar os dois na Câmara. Calero, para
deixar mais explícito os motivos que levaram a seu pedido de demissão. E
Geddel, para que explique a acusação. Eles vão ter de dar explicações ao Poder
Legislativo”, afirmou a líder da minoria na Casa, deputada Jandira Feghali
(PcdoB-RJ). Segundo ela, a convocação deve ser pedida nas comissões de Cultura
ou de Fiscalização e Controle, ambas presididas por deputados do PT. Jandira
disse que pedirá uma acareação entre os dois ministros na comissão. Ela
afirmou, ainda, que entrará com pedido de afastamento de Geddel do governo até
que a situação seja esclarecida. Para a deputada, a pressão que teria sido
feita por Geddel mostra a face “improba” do governo Michel Temer. “A essa
altura, a gente não sabe se ele (Calero) pediu demissão ou se foi demitido por
ter se recusado a autorizar uma obra por Geddel um cara importantíssimo no
governo”, afirmou.O líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente (SP), também reforçou
que vai pedir a convocação de Geddel e disse que poderá representar contra o
ministro da Secretaria de Governo na Comissão de Ética da Presidência da
República. “O Geddel devia se demitir imediatamente. Isso que aconteceu é a
lógica de um governo fisiológico, clientelista e mandonista. (…) Ele tem que
responder publicamente e prestar contas ao parlamento”, afirmou. (Agência Estado)
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