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‘A RODA DA FORTUNA VIROU’, DIZ GILMAR SOBRE EX-PROCURADOR QUE PEDIU SUA
SUSPEIÇÃO - Na manifestação entregue à presidente do Supremo, Cármen Lúcia, em
que avisa ‘não aceitar’ o pedido de suspeição movido por Marcelo Miller, o
ministro Gilmar Mendes afirma que o ex-procurador da República ‘segundo
relatos, teria pouco respeito pelo due process of law e, agora, se viu na
contingência de suplicar proteção judicial efetiva’. “Certamente, é um duro
aprendizado e uma lição de vida inolvidável”, segue Gilmar. “E mais
surpreendente ainda, suas súplicas foram deferidas pelo magistrado que ele considera
suspeito.” Miller requereu a suspeição de Gilmar no âmbito de um pedido que fez
ao Supremo para ficar em silêncio na CPI da JBS. Em sorteio, a relatoria caiu
com o ministro, que acabou acolhendo o pedido da defesa, permitindo que o
ex-procurador não se pronunciasse sobre perguntas feitas pelos parlamentares
quando comparecesse à Comissão. “Essa é a beleza do estado de direito: ele
protege até mesmo seus violadores sistemáticos”, afirma Gilmar sobre o
ex-procurador que deixou a carreira no Ministério Público Federal para
trabalhar junto a um escritório de advocacia que atendia o Grupo JBS – cujos
principais executivos mergulharam o governo Temer em sua pior crise política.
Miller é alvo de investigação por suposto jogo duplo em benefício da JBS à
época em que ocupou cargo no Ministério Público Federal. Seu nome foi citado
pelo empresário Joesley Batista em um áudio em que o empresário confessa
supostas omissões em sua delação e que culminaram com a rescisão de seu acordo
com a Procuradoria-Geral da República. Quando fez o pedido, em 24 de novembro,
o habeas ainda não havia sido julgado. A defesa de Miller afirmou à Cármen que
Gilmar seria parcial ao julgar seu pedido com base em declarações públicas do
ministro. Leia mais no Estadão.
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