O capitão Gama da Polícia Militar de Barcarena foi
acusado de ter invadido a casa da “dona Socorro do Burajuba”, presidente da
Associação Cainquiama que reúne os moradores das várias localidades de
Barcarena. A entidade é autora da ação judicial na Justiça Federal contra a
multinacional Norsk Hydro em razão da contaminação do solo e do subsolo que
torna imprestável a água para consumo humano, causando canceres, diabetes,
doenças de pele, desinterias.
Após dona Socorro registrar BO na Corregedoria da PM em Belém
(onde alega que foi enganada, pois omitiram o fato de que na ação foi roubado
um livro de Ata contendo outras medidas a serem propostas contra a Norsk
Hydro), o caso virou objeto de matéria no blog VER-O-FATO do jornalista Carlos
Mendes.
Pois que na data de quarta-feira, anteontem, chegou-me um
print, supostamente de uma foto de facebook de uma pessoa identificada como
“Shirley Rosa”, em uma comunidade de que participam também outra pessoa chamada
“Yandalla Martins” e mais outras 75 pessoas. Nesse print, referida “Shirley
Rosa” encaminha mensagem atribuída ao Tenente-Coronel Camarão, onde ele afirma
que “gostaria que os integrantes do grupo difundissem a informação de que o Cap
Gama foi à casa da senhora Socorro do Burajuba cumprindo ordens minhas”. Daí
para diante, sem fazer referência a inquérito policial, processo criminal ou a
alguma ordem judicial, conclui-se que, unilateralmente, o suposto autor da
mensagem Tenente-Coronel Camarão absolveu um homicida e condenou duas outras
pessoas, assim como deu “ordens” para invadir domicilio e prender uma terceira,
o diretor da Cainquiama Bosco Martins Junior, a quem já denomina de bandido. Ou
seja, as atitudes concretas do suposto autor das mensagens é o sonho de
qualquer ditador.
Para completar, no dia de hoje, recebi uma outra mensagem
de outra pessoa também de Barcarena em que foi disseminado via o aplicativo
WhtasApp que a execução (morte) do líder popular Bosco Martins Junior está com
preço oferecido na corporação da Polícia Militar local, sendo que, supostamente,
haveria prêmios de centenas de milhares de reais para o comando.
Não irei transcrever aqui os nomes e os detalhes por não
saber da origem da mensagem, mas se torna preocupante haver idoneidade na sua
procedência quando o conjunto factual oferece verossimilhança: quando em uma
mensagem de rede social um suposto comandante da PM assume que determinou a
prática de ordens escancaradamente ilegais de invasão e prisão – pra quê, se a
pessoa não poderia ficar detida ilegalmente? Seria para colocar o saco e levar
para o matagal?
A questão é que reunirei hoje com os diretores da
entidade para encaminhar pedido de prisão ao Procurador-Geral de Justiça, à
Procuradoria Federal dos Direitos Humanos em Brasília, ao Ministro da Justiça,
e, em meu nome, ao Presidente da OAB/PA assim como ao Conselho Federal da OAB,
em razão de que o senhor Bosco Martins Junior e os demais membros da diretoria
da Cainquiama reunem-se e andam comigo, colocando-me, como advogado no
exercício profissional, em risco de vida.
E o risco de ser morto pela pistolagem que contamina,
como nunca, a Polícia Militar do Pará é altíssimo. (Fonte: RG 15/O Impacto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique a vontade para comentar o que quiser, apenas com coerência e sem ataques pessoais.