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VEREADORA ASSASSINADA NO RJ NÃO FOI CASADA COM TRAFICANTE E NÃO TINHA LIGAÇÃO
COM FACÇÃO - A morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL),
executada a tiros no centro da capital carioca na última quarta-feira (14/3),
gerou revolta e comoção nacional, bem como manifestações de tristeza e
preocupação com a possibilidade de ter se tratado de um crime político.
Por outro lado, também se espalhou com rapidez
informações falsas sobre a parlamentar na internet, especialmente via grupos do
aplicativo de mensagens WhatsApp. Uma corrente que viralizou diz que a
vereadora foi casada com um traficante, que engravidou quando tinha 16 anos e
que tinha associação com o Comando Vermelho, uma das facções criminosas do Rio
de Janeiro.
Apesar de terem sido amplamente reproduzidas nas redes
sociais, inclusive por uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro e pelo deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), as informações são
falsas.
Segundo o site aosfatos.org, especializado em checar a
veracidade de informações difundidas via internet, a vereadora tinha 38 anos e
uma filha de 19, ou seja teria ficado grávida entre os 18 e 19 anos e não aos
16 como diz a mensagem.
Ainda segundo a informação falsa, Marielle teria sido
casada com o traficante Marcinho VP o que também nunca aconteceu. Existem dois
criminosos que usavam este mesmo nome, um deles morreu em 2003 no presídio
Bangu 3, onde estava preso desde 2000, e o outro está preso desde 1997. Na
verdade, o estado civil da vereadora era solteira e ela vivia com sua
companheira e filha.
Por fim, não existe qualquer comprovação da ligação de
Marielle com o Comando Vermelho ou como diz a mensagem, “que ela teria sido
eleita” pela facção. O CV de fato domina parte do complexo da Maré, onde a
vereadora se criou, mas a comunidade sequer representa maioria dos votos
recebidos pela parlamentar nas eleições de 2016.
Segundo levantamento, o eleitorado dela se concentrou
sobretudo nas zonas eleitorais do Leblon e da Gávea, de Copacabana e de
Copacabana, Ipanema e Lagoa.
Trajetória
Eleita com 46,5 mil votos, a quinta maior votação para
vereadora nas eleições de 2016, Marielle Franco estava no primeiro mandato como
parlamentar. Oriunda da favela da Maré, zona norte do Rio, Marielle tinha 38
anos, era socióloga, com mestrado em Administração Pública e militava no tema
de direitos humanos.
A parlamentar também chegou a denunciar, em suas redes
sociais, no fim de semana, uma ação de policiais militares na favela do Acari.
“O 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e
violentando moradores de Acari. (…) Acontece desde sempre e com a intervenção
ficou ainda pior”, escreveu.
Há duas semanas, Marielle havia assumido relatoria da
Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a intervenção
federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Ela vinha se posicionando
publicamente contra a medida.
Marielle foi morta a tiros no bairro do Estácio, região
central da capital carioca, na noite desta quarta-feira (14). Ela estava dentro
de um carro acompanhada de um motorista, que também foi morto, e de uma
assessora, quando teria sido abordada por outro veículo.
A morte violenta da vereadora chocou o país e também teve
repercussão internacional. Diversas personalidades políticas e da mídia se
manifestaram em solidariedade à família e para que uma investigação seja feita
o mais rápido possível. (www.jornalopcao.com.br)
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