● O fato ocorrido na última sexta-feira (9), na 16ª
Seccional de Polícia Civil, não interferirá na relação das duas entidades, que
possuem relevantes serviços prestados à sociedade. Vale ressaltar, que diferentemente do que algumas pessoas
inescrupulosas tentam imputar sobre o ocorrido, a Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), Subseção de Santarém, por meio de seu presidente Dr. Ubirajara Bentes
Filho e da Comissão de Defesa das Prerrogativas, não obstruiu o trabalho da
Polícia Militar, muito menos retirou da Delegacia a dupla presa pela guarnição
do Grupo Tático Operacional (GTO), suspeita de ter praticado o crime de roubo.
Em entrevista exclusiva à nossa reportagem, Dr. Ubirajara
falou do respeito que existe entre as duas organizações, lembrando que sempre
se pautou em trabalhar na defesa dos policiais, e cita como exemplo, quando por
diversas vezes cobrou do governo do Estado, melhorias para a categoria, tais
como: a troca de coletes vencidos e melhoria na estrutura das guaritas da
Penitenciária, onde alguns militares fazem a vigilância dos detentos.
“Em nenhum momento fomos à Polícia Civil obstruir o
trabalho da Polícia Militar, da guarnição da Polícia Militar. Em nenhum momento
a OAB esteve na Delegacia de Polícia para liberar preso sem procedimento. Em
nenhum momento a OAB deu guarida a preso, a bandido ou qualquer outra pessoa
que tenha praticado ato ilícito na delegacia de polícia. Nós não fomos à
Delegacia para soltar preso. Eu fui chamado à Delegacia como presidente da
Ordem dos Advogados do Brasil, defender um advogado que estava lá, que havia me
ligado, que alegou ter suas prerrogativas violadas e disse que foi ameaçado de
morte. Estas foram as razões de termos ido à Delegacia, em nenhum momento fomos
atrás de clientes; proteger cliente de ninguém. Estávamos lá em auxílio a um
jovem advogado que pediu apoio porque alegou ser ameaçado de morte”, declarou.
Para o presidente da OAB/Santarém, o fato isolado não
afetará a parceria da Ordem com a Polícia Militar. Os encaminhamentos para
apurar os procedimentos adotados por cada envolvido, deverão seguir os trâmites
de cada entidade, e as ponderações, realizadas nos meios judiciais.
Conforme relato do gestor da OAB/Santarém, ele foi
acionado pelo advogado Kleber Raphael por volta de 16h30. “Recebi a ligação me
informando essa situação, ao chegar lá não vi movimento nenhum, estranhei. Me
disseram que o advogado que acionou estava na sala do delegado Germano do Vale,
Diretor da 16ª Seccional de Polícia Civil. Quando cheguei lá, realmente estava
no local, o delegado Germano estava com ele lá. Informou o que havia ocorrido
na Delegacia, perguntei se havia alguma prática irregular do advogado, e ele
disse que o advogado não cometeu crime e que houve uma alteração de ambos os
lados e o advogado teria sido ameaçado. Foi isso que o advogado me contou na
Delegacia pessoalmente a mim e a outros advogados que estavam presentes. Nós
conversamos com o oficial Dias, depois chegou o comandante do Grupo Tático
Operacional Major Wilton Magalhães, conversamos com ele, ambos muito educados,
conversaram, ponderaram. Então, pactuamos lá na sala de que o policial que se
sentiu ofendido faria ocorrência e o advogado viria depois e faria a
ocorrência, viria mais tarde, pois tinha que voltar à universidade, levaria o
advogado para fazer a ocorrência, se ele quisesse fazer e assim ficou tudo
acertado. Acontece que houve aquele problema na saída em que não deixaram-nos
sair, mas houve a própria intervenção do Comando do Tático e do delegado
Germano em que resolveram a situação”, expôs Dr. Ubirajara.
Ainda de acordo com o representante maior da Ordem em
Santarém, na sala do diretor da Seccional, o diálogo entre os presentes
garantiu o direito de cada envolvido realizar o registro posterior.
“O próprio Delegado afirmou que não havia nenhum
procedimento e que o advogado não havia cometido nenhum ilícito. O crime
de desacato já não existe mais, há decisões do Superior Tribunal de Justiça e o
Supremo está julgando ação de arguição de inconstitucionalidade proposta pela
Ordem, para que seja retirada do ordenamento jurídico essa disposição do Código
Penal. O delegado que participou das negociações disse que não tinha nada. O
comandante do GTO também estava ciente”, disse Dr. Ubirajara.
As partes, conforme o acordo, posteriormente ao ocorrido,
realizaram o registro de Boletim de Ocorrência, sendo que o Judiciário
determinará a culpabilidade, se for o caso. Sobre pessoas que sorrateiramente
utilizam o ocorrido para promover a discórdia entre as duas importantes
entidades, Dr. Ubirajara acredita que o trabalho em prol da sociedade fala mais
alto, pois a população sabe que pode contar com trabalho da OAB e da Polícia
Militar.
“São instituições que servem a sociedade. Houve
evidentemente uma confusão em função do que foi afirmado no vídeo em que a OAB
estaria saindo com um cliente. Desta forma, deu a entender que a OAB havia
interferido no trabalho da Polícia, o que não ocorreu. Que fique bem claro que
a OAB não foi até a Delegacia para soltar preso, em momento algum impediu o
procedimento, tanto que foi feito o procedimento normal contra as pessoas que
foram presas pela guarnição da Polícia Militar e eles foram encaminhados para a
Penitenciária, salve engano. O advogado estava exercendo o seu direito, assim
como o policial estava trabalhando também. A opinião geral, inclusive do
diretor da Seccional, do próprio Delegado de plantão, afirma categoricamente
que não havia esse crime de desacato. Não houve procedimento nem nada contra o
advogado e nem havia contra o policial militar. Ficou encaminhado que ele
lavraria a ocorrência e depois o advogado faria isso, ficou acertado isso. Foi
o que conversamos e ponderamos e assim foi feito, não fomos até lá para
interferir no trabalho da Polícia, de maneira alguma”, concluiu Dr. Ubirajara
Filho. Bentes Filho. (Por: Jefferson Miranda - Fonte: RG 15/O Impacto)
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