●
NA OFICIALIZAÇÃO DE SUA CANDIDATURA, CIRO GOMES DIZ QUE BRASIL PRECISA MUDAR - O
PDT oficializou, nesta sexta-feira, 20, a candidatura de Ciro Gomes à
Presidência da República na sede do partido em Brasília. Diante da militância e
sem a presença de dirigentes de outros partidos, Ciro não improvisou no
discurso e continuou mandando sinais ao Centrão – pregando pelo rigor no ajuste
fiscal, mudanças na segurança pública e um olhar para classe média. Ainda
assim, ironizou as críticas recebidas por suas ideias econômicas e procurou
enaltecer a figura de Leonel Brizola como referência de sua campanha. Logo no
início de sua fala, Ciro fez do mote “o Brasil precisa mudar” uma constante do
discurso. Cuidadoso, Ciro tentou se mostrar conciliador. “É preciso respeitar as
diferenças, fim da cultura de ódio, acabar com o brasileiro sendo ferido por
outro brasileiro na internet. Ninguém é dono da verdade.”Sobre a fama de cabeça
quente e explosivo, Ciro também pareceu querer se explicar: “Minha ferramenta é
minha palavra, falo 10 horas por dia, cometo erros, mas nenhum deles por
desonestidade intelectual.” Ele não deixou de responder, no entanto, as
críticas que recebeu do mercado financeiro por algumas de suas propostas. “Essa
gente quebrou o nosso País a pretexto de austeridade. Querem matar o carteiro
para que o povo brasileiro não leia a carta”, disse, antes de fazer referência
ao montante pago em juros de dívida pública. “Que me persigam, mas somente com
juros, este ano, gastaram R$ 380 bilhões. É difícil explicar ao povo, mas a
sociedade brasileira está devendo R$ 5 trilhões ao baronato”, complementou. As
referências de Ciro Gomes ao pagamento de juros da dívida é um dos fatores que
assusta os agentes econômicos do mercado financeiro e teria provocado um recuo
por parte dos partidos que formam o chamado “Centrão”, que negociava aliança
com sua campanha. Após ironizar esse aspecto, Ciro voltou a enfatizar que estará ao lado dos mais
pobres e da classe média. O candidato prometeu olhar as contas públicas com
lupa. “O governo esfola o povo trabalhador com um sistema de impostos injusto e
perverso. Povo e classe média já pagaram demais. A classe média paga dobrado
para viver no País e o Estado não devolve serviços de qualidade. Quem tem de
pagar agora é o governo e o mundo mais rico. Não falo do mundo mais rico com
preconceito, não vamos sair dessa situação com o ‘nós contra eles.'” No
discurso, Ciro falou, sem detalhar, os 12 eixos de sua campanha. Além de
emprego, saúde e educação, o candidato focou em segurança pública – tema que
tem sido o forte de candidatos de outro campo político. (Estadão)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique a vontade para comentar o que quiser, apenas com coerência e sem ataques pessoais.