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GRUPOS DISPUTAM CONTROLE DA CAMPANHA DE BOLSONARO - Uma disputa pelos rumos da
candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições 2018 provocou divisão no
comando da campanha do candidato – líder nas pesquisas de intenção de voto no
cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos últimos dias, as diferenças
ficaram explícitas em temas como o comparecimento do candidato a debates e a
escolha do vice da chapa presidencial. Um dos grupos é formado por antigos
seguidores de Bolsonaro e reúne seus filhos e assessores egressos das Forças
Armadas. O outro tem políticos do PSL, legenda à qual o parlamentar se filiou
em março deste ano. O grupo formado pelos irmãos Eduardo Bolsonaro (deputado
federal por São Paulo), Flávio (estadual no Rio) e Carlos (vereador na capital
fluminense) tenta evitar que o presidenciável adote recomendações do presidente
do PSL, Gustavo Bebianno, e do vice, Julian Lemos. Em geral, quando os dois
tomam alguma decisão, enfrentam oposição e críticas do trio, que tenta
influenciar o pai. Frequentemente, Bolsonaro adota posição intermediária ou
muda de rumo seguidas vezes, com decisões ou declarações contraditórias. A
divergência mais recente ocorreu nesta quinta-feira, 223, quando Bebianno
anunciou que Bolsonaro não participaria mais de debates nos meios de
comunicação, durante agenda no interior de São Paulo. Minutos depois, o
candidato disse que não faltaria aos confrontos já agendados. Carlos, que não
estava na atividade de campanha, postou mensagem numa rede social: “Bolsonaro
tem ido a palestras, entrevistas, sabatinas e debates desde o início, e desde o
mesmo início de sempre (sic), os mesmos bandidos inventam a narrativa de que
ele não iria”. A divisão já tinha marcado o processo de escolha do candidato a
vice-presidente da chapa. Foi a dupla de dirigentes partidários que conduziu as
conversas com a professora Janaina Paschoal e com o senador Magno Malta
(PR-ES). Após as negativas de ambos, Julian, via Instagram, começou a trabalhar
o nome de Luiz Philippe de Orleans e Bragança – da família real brasileira –,
apresentando-o como possível vice. A atitude irritou o grupo dos filhos de
Bolsonaro. Eles reagiram pelas redes sociais com declarações ásperas.
“Determinados assuntos têm que ser resolvidos internamente e divulgados apenas
quando há certeza”, comentou Eduardo no Instagram de Julian no mês passado.
“Mas a vontade de aparecer fala mais alto e muitos tentam ser o pai da criança.
Conselho: faça as coisas por satisfação própria e será recompensado, buscar
holofote só atrapalha.” (Estadão)
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