● DESISTÊNCIA DE GENERAL DE OCUPAR MINISTÉRIO LEVA CRISE
AO QG DE BOLSONARO - O governo do presidente eleito Jair Bolsonaro nem começou
e já é palco de uma crise de relacionamento entre os núcleos militar, político
e econômico. O estopim foi a desistência do general da reserva Oswaldo Ferreira
de ocupar um ministério. Ferreira se tornou um dos mais próximos aliados de
Bolsonaro e trabalha desde 2017, a pedido do presidente eleito, na coordenação
de infraestrutura. Naquele momento, Bolsonaro procurava apoio entre os
militares para fazer decolar sua campanha à Presidência. A decisão do general
Ferreira é reflexo de um racha na equipe de transição pela disputa de cargos no
governo. O general, no entanto, afirmou à Folha ter motivos pessoais para não
ficar. Nesse jogo de interesses, de um lado está a equipe do futuro ministro da
Economia, Paulo Guedes; de outro, os generais ligados a Bolsonaro; em outra
ponta, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) —que comanda a
transição junto com seu braço direito, Paulo Tatim. No processo de arranjo dos
ministérios, a ala política tenta ocupar mais espaço, tirando generais do
círculo mais próximo de Bolsonaro e criando fórmulas para deixar Paulo Guedes
refém de futuras articulações políticas. O general Ferreira, que participa da
transição desde o primeiro dia, embora sem cargo formal, apresentou um plano a
Bolsonaro para o que seria o superministério da Infraestrutura. O presidente
eleito deu aval ao plano mas não nomeou o general para o cargo que, no desenho
proposto, estaria vinculado à Presidência. (Folha de S. Paulo)
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