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PF PRENDE ASSESSORES DE MINISTRO DO TURISMO EM CASO DOS LARANJAS DO PSL - A
Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (27) em Brasília e em
Minas Gerais operação contra um assessor especial e dois ex-assessores do ministro
do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, em razão de investigação sobre candidaturas
de laranjas do PSL na eleição de 2018. Dois já foram presos. A ação da PF é
decorrência da apuração sobre caso revelado pelo jornal Folha de S. Paulo em
fevereiro. Há mandados em andamento de prisão e busca e apreensão, autorizados
pela Justiça de Minas Gerais. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem dito que a
situação do ministro do Turismo causa desgaste para o governo e que esperaria a
conclusão da apuração da PF para decidir o destino de Álvaro Antônio. O
presidente está em viagem ao Japão e ainda não se manifestou sobre as prisões.
O caso das laranjas do PSL, partido do presidente Bolsonaro, é alvo de
investigações da Polícia Federal e do Ministério Público em Minas e em
Pernambuco e levou à queda do ministro da Secretaria-Geral da Presidência,
Gustavo Bebianno, que comandou o partido nacionalmente em 2018. No início da
manhã desta quinta-feira, em Brasília, policiais prenderam Mateus Von Rondon
Martins. Ele é assessor especial no Ministério do Turismo, um dos mais próximos
aliados de Álvaro Antônio. É seu braço-direito na pasta do governo de Jair
Bolsonaro. Outro preso é Roberto Silva Soares, conhecido como Robertinho
Soares, que foi o coordenador da campanha de Álvaro Antônio no Vale do Aço, em
Minas, e figurou como assessor de seu gabinete na Câmara dos Deputados em
períodos compreendidos de 2015 a 2018. Como mostraram as reportagens da Folha
de S. Paulo, na eleição do ano passado, Álvaro Antônio, reeleito sendo o deputado
federal mais votado em Minas, patrocinou um esquema de candidaturas de fachada
no estado que direcionou verbas públicas de campanha para empresas ligadas ao
seu gabinete na Câmara. Após indicação do PSL de Minas, presidido à época pelo
próprio Álvaro Antônio, o comando nacional do partido do presidente Jair
Bolsonaro repassou R$ 279 mil a quatro candidatas. O valor representa o
percentual mínimo exigido pela Justiça Eleitoral (30%) para destinação do fundo
eleitoral a mulheres candidatas. Apesar de figurar entre os 20 candidatos do
PSL no país que mais receberam dinheiro público, essas quatro mulheres tiveram
desempenho insignificante. Juntas, receberam pouco mais de 2.000 votos, em um
indicativo de candidaturas de fachada, em que há simulação de alguns atos reais
de campanha, mas não empenho efetivo na busca de votos. Dos R$ 279 mil
repassados pelo PSL, ao menos R$ 85 mil foram parar oficialmente na conta de
quatro empresas que são de assessores, parentes ou sócios de assessores do hoje
ministro de Bolsonaro. A Polícia Federal vê elementos de participação de Álvaro
Antônio na fraude e apreendeu documentos em endereços ligados ao PSL-MG.
Segundo os investigadores, foram encontrados indícios concretos de que houve
irregularidade na prestação de contas das campanhas. Essa é a segunda operação
da PF relacionada ao caso. A primeira, batizada de Sufrágio Ostentação, ocorreu
em abril e teve como alvo empresas contratadas pelas candidatas suspeitas,
principalmente gráficas. Uma empresa ligada a Von Rondon é investigada como o
principal elo entre o ministro e o esquema de candidaturas de laranjas do PSL
no estado. Aberta em 2013, uma empresa de serviços de internet e marketing
direto teve Álvaro Antônio como principal cliente até 2018 por meio de verba da
Câmara dos Deputados. Mateus Von Rondon, dono da empresa, virou assessor
especial do ministro do Turismo em 23 de janeiro de 2019, dois dias depois de
ter encerrado as atividades do negócio na Receita Federal. A mesma empresa
aparece na prestação eleitoral de contas de quatro candidatas a deputada
estadual e federal usadas como laranjas pelo PSL de Minas, partido comandado à
época por Marcelo Álvaro Antônio, então deputado e candidato à reeleição. Desde
o começo das revelações sobre o caso, o ministro tem negado irregularidades. (Folha
de S. Paulo)
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