● OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL CONTRA FAKE NEWS MIRA OITO
DEPUTADOS BOLSONARISTAS - A operação da Polícia Federal contra fake news mira
oito deputados bolsonaristas. Eles não são alvo de mandados de busca e
apreensão, mas o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal
Federal), determinou que sejam ouvidos em dez dias e que suas postagens em
redes sociais sejam preservadas. Trata-se dos deputados federais Bia Kicis
(PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Daniel Lúcio da Silveira (PSL-RJ), Filipe
Barros (PSL-PR), Junio do Amaral (PSL-MG), Luiz Phillipe Orleans e Bragança
(PSL-SP), além dos deputados estaduais Douglas Garcia (PSL-SP) e Gil Diniz
(PSL-SP). A Polícia Federal cumpre 29 mandados de busca e apreensão no chamado
inquérito das fake news, que apura ofensas, ataques e ameaças contra ministros
do STF. O ex-deputado Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang (dono da
Havan), assessores do deputado estadual paulista Douglas Garcia (PSL) e
ativistas bolsonaristas estão entre os alvos. O principal foco da operação é um
grupo suspeito de operar uma rede de divulgação de notícias falsas contra
autoridades, além de quatro possíveis financiadores dessa equipe. As ordens
foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e estão
sendo executadas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso,
Paraná e Santa Catarina. A investigação corre em sigilo. Um dos alvos é o
ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e novo aliado
do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com as investigações, o ex-parlamentar
fez ameaças à democracia ao publicar uma foto com um fuzil “os traidores”. Ex-aliado
de Fernando Collor de Melo e um dos condenados no escândalo do mensalão,
Jefferson preside um dos partidos do centrão e passou a defender efusivamente
Bolsonaro nos últimos tempos. Outros alvos da operação são os bolsonaristas Allan dos Santos
(blogueiro) e Sara Winter (ativista). Allan dos Santos é apoiador de Bolsonaro
e editor do site Terça Livre. Ele prestou depoimento à CPMI das Fake News, no
ano passado, e negou receber verba oficial do governo para manter a página. Já
a ativista Sara Winter lidera um grupo denominado 300 do Brasil, que formaram
um acampamento para treinar militantes dispostos a defender o governo
Bolsonaro. Em entrevistas recentes, ela reconheceu que alguns de seus
integrantes estão armados. Também é alvo o humorista Rey Bianchi, que postou em
suas redes sociais um vídeo com o mandado de Moraes, no qual critica a
operação. A operação mira ainda quatro supostos financiadores de fake news. A
Folha mostrou no dia 25 de abril que as investigações identificaram indícios de
envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do
presidente, no esquema de notícias falsas. O inquérito busca elementos que
comprove sua ligação e sustente seu possível indiciamento dele ao fim das
apurações. Outro filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, deputado federal
pelo PSL de SP, também é suspeito. Nesta manhã, em meio à operação da Polícia
Federal, Carlos esreveu em rede social. “O que está acontecendo é algo que
qualquer um desconfie que seja proposital. Querem incentivar rachaduras diante de
inquérito inconstitucional, político e ideológico sobre o pretexto de uma
palavra politicamente correta? Você que ri disso não entende o quão em perigo
está.” (Folha de S.Paulo)
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