terça-feira, 11 de maio de 2021
● SALLES DESCEU NA PÉROLA DO TAPAJÓS - A missão do Ministro do Meio Ambiente é acompanhar operações em Altamira, Uruará, Placas, Rurópolis e Itaituba, contra a devastação da floresta.
●
SALLES PASSA UMA SEMANA NA AMAZÔNIA E ADIANTA LOCAIS DE FUTURAS OPERAÇÕES - O
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, vai passar uma semana na Amazônia
para acompanhar operações de combate ao desmatamento e garimpo ilegal. Apesar
de se tratar de uma operação policial conjunta que reúne agentes do Ibama, do
Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e da Força Nacional de
Segurança Pública, a informação sobre os locais onde as ações ocorrerão foi
publicada antecipadamente, no Diário Oficial da União. Conforme portaria divulgada nesta terça-feira, 11, o
“exercício avançado” dos agentes vai ocorrer nos municípios de Altamira,
Uruará, Placas, Rurópolis e Itaituba, no Pará, cidades historicamente
conhecidas pelo avanço de madeireiros, grileiros de terras e garimpeiros sobre
unidades de conservação ambiental e terras indígenas. O ministro está
acompanhado do presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, e do presidente do
ICMBio, Fernando Lorencini. O plano oficial é permanecer na região de 11 e 15
de maio. O Brasil voltou a registrar novos recordes de desmatamento na
Amazônia, após o governo prometer dobrar as fiscalizações para proteger a
floresta, mas, na realidade, cortar os orçamentos de Ibama e ICMBio. Os dados
oficiais do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, em abril de
2021, a região registrou o maior índice de alertas de destruição para o mês em
toda a série histórica, que começou em 2015 com a operação do satélite Deter B,
usado no mapeamento (compreendendo o período entre agosto de 2015 e julho de
2016). O desmatamento cresceu 42% em abril, em relação ao mesmo mês do ano
passado. Foram 581 km² até o dia 29, contra 407 km² em abril de 2020. Questionado
pela reportagem sobre os índices de desmatamento, o ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles, delegou a responsabilidade pelo controle ao vice-presidente
Hamilton Mourão, alegando que, até abril, ainda estava em vigor a chamada
Garantia de Lei de da Ordem (GLO), que enviou militares à Amazônia para apoiar
o combate ao desmatamento, por meio da Operação Verde Brasil 2. “Abril ainda
estava em vigor a GLO sob o comando do vice-presidente. Peço encaminhar a ele
os questionamentos”, declarou, na semana passada. Sobre o assunto, a
vice-presidência da República declarou que, “em função da cobertura de nuvens
variável de um mês para outro a comparação entre dados de diferentes meses e
anos obtidos pelo sistema DETER deve ser feita criteriosamente”. “Os dados do DETER podem incluir processos de
desmatamento ocorridos em períodos anteriores ao do mês de mapeamento, mas cuja
detecção não fora antes possível por limitações de cobertura de nuvens. É
preciso distinguir entre o tempo de ocorrência e a oportunidade de detecção que
é dependente do regime de nuvens”, afirmou. “Dessa forma, não se considera
adequado comparar o mês de abril de 2021 com outros meses de abril de outros
anos. Uma comparação mais adequada é de um período de, pelo menos, três meses,
conforme recomendação dos pesquisadores do Inpe”. A organização Observatório do
Clima chama a atenção para o fato de que 26% da Amazônia estava coberta de
nuvens no período, ficando, assim, invisível ao satélite. É o maior porcentual
de nuvens para o mês na série iniciada em 2015. Isso significa, na realidade,
que há grande chance de a área ser ainda maior. Há duas semanas, Ricardo Salles decidiu negociar um
desconto milionário em multas ambientais aplicadas contra a Petrobrás, com o
propósito de destinar recursos para a Força Nacional de Segurança Pública, que
é controlada pelo Ministério da Justiça. O valor total das multas aplicadas
pelo Ibama e que são objeto deste acordo, especificamente, chega a R$ 58,349
milhões. Na negociação para quitar o débito, porém, o Ibama concedeu um
desconto de 60% sobre esta dívida. Dessa forma, o valor efetivo que a Petrobrás
vai desembolsar será de R$ 23,339 milhões. Pelo contrato, a petroleira, que
historicamente lidera a lista das empresas que mais sofrem autuações ambientais
aplicadas pelo Ibama, deverá fazer o recolhimento do valor ao “Fundo Nacional
de Segurança Pública para atuação da Força Nacional, sob gestão e execução do
Ministério da Justiça e Segurança Pública”. (Fonte: Estadão Conteúdo)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique a vontade para comentar o que quiser, apenas com coerência e sem ataques pessoais.