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PENSO QUE A CAMPANHA DE LULA SERÁ EXTREMAMENTE EMOCIONAL. Não falará apenas de
economia, ou do resgate de programas sociais que também foram mortos pelos que
o sucederam, mas sobretudo dará ao brasileiro comum o sentimento de proteção,
de carinho, de acolhimento, que todos nós queremos nos momentos mais críticos
da nossa vida. E a pandemia exacerbou essa necessidade.
Existem duas tipologias de conjunturas: a da conservação
(continuidade) e a da mudança. Vivemos a conjuntura da mudança e Lula a encarna
com maestria. Não é uma “volta” no sentido de retrocesso. É, quando muito, um
passo atrás para dar um impulso adiante. Para saltar para frente. Nesse
sentido, será uma campanha de esperança num futuro melhor. Quem pode prometer
isso? Quem já fez. Então os depoimentos de pessoas que viveram a era Lula e
mudaram as suas vidas serão fartamente utilizados.
Aprendemos na academia que há quatro arquétipos que podem
definir um candidato. São eles: herói, homem simples, pai e o líder-charme.
Quando chegou ao poder em 2002 Luiz Inácio Lula da Silva era um homem simples
que emergiu das massas e chegou ao poder. Hoje ele é a somatória das quatro
características. Quem mais tem isso? Ele é o herói que sobreviveu a duas
prisões injustas, ele é o homem simples que trabalhou e viveu como operário,
ele é o pai que pode acolher seus filhos maltratados por um molestador
autoritário e é o líder-charme que hipnotiza a plateia com discursos ora
inflamados ora simples como a fala de um amigo. Lula deve ser o próximo
presidente do Brasil por ter conseguido, como ninguém, fundir os arquétipos e
sobreviver à sombra e ao calvário. A campanha teria que errar muito para não
garantir, na TV, no rádio e nas redes sociais, que Lula apareça do tamanho da
esperança que o povo brasileiro tem, de sair do inferno onde se encontra.
(CHICO CAVALCANTE é Jornalista, publicitário e consultor de marketing. Diretor de Criação da Vanguarda Propaganda e da V2/Vanguarda Comunicação de Varejo.)
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