● CPI DA COVID QUEBRA SIGILO FISCAL E BANCÁRIO DO BILIONÁRIO
EMPRESÁRIO CARLOS WIZARD - Os senadores da CPI da Covid aprovaram nesta
quarta-feira (16) uma série de requerimentos, entre eles o que promove a quebra
de sigilos fiscal e bancário do empresário Carlos Wizard.
Também foi aprovada uma grande reclassificação de
documentos recebidos pela comissão, que deixam de ser sigilosos e passam a ser
acessíveis para toda a população. Perderam o sigilo 21 blocos de documentos,
que foram encaminhados por Ministério da Saúde, das Relações Exteriores e
Fiocruz.
A aprovação dos requerimentos aconteceu durante sessão,
que também terá o depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel.
O empresário Carlos Wizard já teve na semana passada seus
sigilos telefônicos e telemáticos quebrados pela comissão. A nova quebra é
vista como uma forma de pressão, uma vez que enxergam que o empresário busca
obstruir a apuração dos fatos que o envolvem.
O empresário bilionário é apontado como um dos
integrantes do chamado “gabinete paralelo”, que seria um centro de
aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro e que pregava o negacionismo, em
particular a defesa da hidroxicloroquina e a recusa à vacina.
Wizard tem depoimento marcado na comissão para esta
quinta-feira (17), mas se encontra fora do país e pediu para que sua oitiva
fosse no formato virtual.
O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), recusou o
pedido e afirmou que todos os que se ausentarem terão suas intimações
solicitadas ao um juiz penal da localidade. Essa solicitação deve conter pedido
de condução coercitiva e a retenção do passaporte.
Os senadores também aprovaram uma série de quebras de
sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário de diretores de empresas
farmacêuticas.
Em uma nova fase das investigação, os senadores querem
apurar suspeitas de favorecimento dado pelo governo federal a alguns
laboratórios, na aquisição de hidroxicloroquina e da vacina Covaxin,
desenvolvida pela indiana Bharat Biotech e representada no Brasil pela empresa
Precisa Medicamentos.
Foram quebrados os sigilos de Renato Spallicci,
presidente da Apsen; Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa
Medicamentos; e José Alves Filho, da Vitamedic.
Francisco Emerson Maximiano também foi convocado para
prestar depoimento à comissão.
Além da suspeita de favorecimento do governo federal a
essas empresas, os senadores também querem apurar se os laboratórios financiam
entidades e associações médicas que passaram a defender medicamentos sem
eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19.
Por pressão dos governistas, os senadores também votaram
requerimento de convocação de Carlos Eduardo Gabas, ex-secretário-executivo do
Consórcio do Nordeste. No entanto, o pedido foi recusado, por 6 votos a 4.
Os senadores mais próximos do Palácio do Planalto queriam
convocar Gabas, pois defendem a investigação de governadores e dos repasses
federais para estados e municípios.
Também foram aprovados requerimentos de convocação para o
representante da empresa Janssen, que desenvolveu vacina contra a Covid-19. Os
senadores também convocaram deputados estaduais do Amazonas, para detalhar os
dados da apuração no âmbito da Assembleia Legislativa sobre omissões que
resultaram no colapso do sistema de saúde, durante a segunda onda da pandemia
do novo coronavírus.
Os senadores também aprovaram requerimentos que pedem
informações para a Precisa e também para a Azul Linhas Aéreas. Os senadores
querem esclarecimentos sobre o episódio no qual o presidente Jair Bolsonaro
entrou em um voo comercial da companhia, na qual retirou a máscara, assim como
alguns membros da tripulação.
Também foi aprovado requerimento que prevê o repasse para a CPI de cópias de inquéritos que envolvem o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. (Finte: Renato Machado/Folhapress)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique a vontade para comentar o que quiser, apenas com coerência e sem ataques pessoais.