“Poemas de Solidão” ganhou prefácio do jornalista Tito
Barata e introdução do filósofo João Batista Moreira Filho. O autor preservou
os textos como foram originalmente escritos e introduziu as ilustrações do
poeta, compositor e designer Heraldo Goez. “Não alterei a forma, para preservar
aquela aura do tempo vivido”, afirma o autor.
“O livro reúne poemas que estavam perdidos no tempo, mas
‘resgatados’ agora”, conta. Era a primeira metade da década de 1980, período em
que ele cursava Comunicação Social, na Universidade Federal do Pará (UFPA), e
residia em uma república estudantil.
“Era época das lutas estudantis por direitos e
resistência à ditadura militar, que agonizava, mas ainda pretendia continuar no
poder, através do artifício da abertura política lenta e gradual. Havia medo no
campus universitário do Guamá, porém, uma disposição renhida de luta, de
enfrentamento ao governo, por liberdade, educação pública gratuita e de
qualidade, meia-passagem no transporte coletivo, apoio à luta pela moradia e
reforma agrária”.
O jovem Álvaro Vinente também era atravessado pela
efervescência cultural na música, no teatro e nas artes plásticas regionais.
“(Era) Um ambiente novo pra mim, um cotidiano de cidade grande diferente. Nesse
contexto, os poemas foram criados e ficaram numa pasta por quase 40 anos”.
“Os poemas eram escritos após as labutas estudantis, no
recolhimento da madrugada na república de estudantes, um casarão histórico na
rua dos Tamoios, no bairro Batista Campos, onde morava. Quando todos se
recolhiam, vinha a solidão, a angústia, amores perdidos, paixões não
correspondidas, temores de um amanhã incerto e as percepções do cotidiano. Esse
turbilhão de sentimentos ia para o papel”, recorda.
Esse é o segundo livro publicado por Álvaro Vinente, que
lançou “Agosto e Outras Memórias”, uma compilação de crônicas vencedora do
prêmio José de Campos Ribeiro, edição 2014, da Fundação Cultural do Pará. Essa
obra retrata as vivências do menino do interior da Amazônia, os costumes, a
culinária, as manifestações religiosas, os ritos de passagem, as crendices, os
personagens do povo, o rádio como elo de ligação com o mundo exterior e as
transformações da cidade de Oriximiná, que era considerada área de segurança
nacional e tinha um prefeito nomeado pela ditadura militar.
Álvaro Vinente lança agora a versão digital de “Poemas de
Solidão” e planeja a versão impressa para agosto deste ano. A versão digital
está sendo comercializada por meio das redes sociais do autor: Instagram
(@avinente), Twitter e Facebook. “Pra mim, é uma experiência nova (o livro
digital), pois meu primeiro livro ‘Agosto e Outras Memórias’ foi lançado em
papel”. (Fonte O Liberal)
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