Este mapa elaborado pela antropóloga Adriana Dias, que se
dedica a pesquisar o neonazismo no Brasil desde 2002, mostra que existem pelo
menos 530 núcleos extremistas, um universo que pode chegar a 10 mil pessoas.
Isso representa um crescimento de 270,6% de janeiro de 2019 a maio de 2021.
Entre os grupos extremistas, neonazistas são a maioria.
Adriana explica que eles têm semelhanças entre si: "Eles começam sempre
com o masculinismo, ou seja, eles têm um ódio ao feminino e por isso uma masculinidade
tóxica. Eles têm antissemitismo, eles têm ódio a negro, eles têm ódio a LGBTQIAP+,
ódio a nordestinos, ódio a imigrantes, negação do holocausto", enumera.
A juíza federal e também pesquisadora do tema Cláudia
Dadico ressalta que a falta de uma legislação clara contra discursos de ódio no
Brasil é o principal obstáculo para que esses crimes sejam punidos de maneira
exemplar.
Os casos que tenho acompanhado da Polícia Federal tem
tido realmente um esforço grande no sentido de investigar e punir. O que ocorre
é que muitas vezes alguns operadores do direito têm uma compreensão da
liberdade de expressão que acaba, de certa forma, obstaculizando a punição
desses crimes, que claramente não se situam dentro do campo da liberdade de
expressão.
— Cláudia Dadico, juíza federal e pesquisadora
O promotor de justiça do Grupo de Atuação e Combate ao
Crime Organizado do Rio de Janeiro (Gaeco-RJ), Bruno Gaspar, ressalta que
"a liberdade de expressão não é ilimitada. Ela não autoriza manifestação
discriminatória ou preconceituosa." (Fonte G1)
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