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MENDONÇA DEVE LIBERAR NESTA SEMANA AÇÃO SOBRE REGULARIZAÇÃO DE PRECATÓRIOS - O
ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça pretende liberar
ainda nesta semana, para conclusão de julgamento, a ação que deverá autorizar o
governo Lula a regularizar o estoque de sentenças judiciais sem esbarrar em
regras fiscais até o ano de 2026.
Mendonça havia pedido na segunda-feira (27) vista (mais
tempo de análise) da ação, e o julgamento foi paralisado.
Já havia, no entanto, maioria de sete votos para conceder
a autorização ao governo.
Relator da ação sobre o pagamento de precatórios no
Supremo, o ministro Luiz Fux votou nessa direção. Os ministros Luís Roberto
Barroso, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Dias
Toffoli seguiram o voto de Fux.
Em sessão plenário virtual, Fux declarou a inconstitucionalidade
do teto para o pagamento de precatórios, criado em 2021 sob a gestão de Jair
Bolsonaro (PL), e acolheu o pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) para
permitir a abertura de um crédito extraordinário para quitar o passivo.
O estoque acumulado entre 2022 e o previsto para 2024 é
estimado pela atual equipe econômica em R$ 95 bilhões. Pelo voto de Fux, o
valor poderá ser pago ainda este ano, fora do limite de gastos e sem afetar a
meta fiscal.
Por outro lado, o ministro relator não acatou o pleito
mais controverso do governo: classificar parte dessas sentenças como despesas
financeiras, o que as deixaria fora dos limites do novo arcabouço fiscal e da
meta de resultado primário.
A medida, antecipada pela Folha em agosto, foi proposta
pelo Ministério da Fazenda como saída para evitar que a tendência futura desses
gastos gere pressão sobre as regras fiscais nos próximos anos. O critério,
porém, foi criticado por economistas e foge aos padrões internacionais seguidos
pelo Banco Central, órgão responsável pelas estatísticas oficiais de finanças
públicas.
Em seu voto, o relator propõe uma alternativa: autorizar
o governo a abrir crédito extraordinário para pagar não só os valores
represados entre 2022 e 2024, mas também os montantes que seriam acumulados em
2025 e 2026, últimos anos de vigência do teto de precatórios.
Na prática, a proposta de Fux permite que as equipes dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) mantenham as atuais projeções para o Orçamento até o fim do mandato, pagando os valores excedentes de sentenças judiciais sem esbarrar nas regras fiscais. O montante integral dessas dívidas só precisaria ser acomodado sob os limites a partir de 2027. (José Marques / Folhapress)
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