O julgamento está no plenário virtual e se encerra na
noite desta quinta. Já há maioria a favor da participação dos ministros, com
votos de Nunes Marques, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Alexandre de
Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Dias Toffoli, Edson Fachin, Cármen Lúcia
e Luiz Fux.
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Falta o voto do ministro André Mendonça.
O STF julga quatro recursos diferentes que pedem o
afastamento. Dino, Zanin e Moraes se declararam impedidos de votar nos
processos em que são alvos. O procurador-geral da República, Paulo Gonet,
manifestou-se contra os pedidos das defesas.
Os pedidos de afastamento foram feitos pelas defesas do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do ex-ministro Walter Braga Netto e do
general da reserva Mario Fernandes —todos denunciados pela PGR sob acusação de
participação na trama golpista.
Eles pedem o afastamento de Dino e Zanin sob o argumento
de que os dois já entraram com processos contra Bolsonaro antes de assumirem
suas funções no STF. No caso de Moraes, as defesas afirmam que o ministro seria
uma das vítimas dos planos golpistas e, portanto, teria interesse direto no
processo.
Os nove ministros que já votaram seguiram os votos do
presidente do STF, Luís Roberto Barroso, relator das ações.
“Alegações genéricas no sentido de que a autoridade
arguida estaria na condição de ‘inimigo capital’ do requerente [Braga Netto]
não conduzem ao automático reconhecimento da suspeição”, disse Barroso em um
dos votos.
Kassio já tinha votado contra o afastamento de Moraes em
dezembro após pedido formulado pela defesa do ex-presidente. Na ocasião,
Mendonça foi o único a votar a favor.
A Primeira Turma do STF se reúne na próxima terça-feira
(25) e quarta-feira (26) para decidir se a denúncia contra o núcleo central da
trama golpista deve ser recebida ou rejeitada.
O Supremo informou que reforçará a segurança de sua sede
para o julgamento da denúncia contra o ex-presidente após “análise de risco e
do cenário atual”.
“Entre as ações estão maior controle de acesso,
monitoramento do ambiente, policiamento reforçado e equipes de pronta resposta
para emergências”, diz o STF.
O esquema de segurança foi coordenado pela Secretaria de
Polícia Judicial, com o apoio da Secretaria de Segurança Pública do Distrito
Federal e outros órgãos parceiros.
O julgamento é um marco no processo porque pode tornar Bolsonaro
e aliados em réus pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado
democrático de Direito e de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e
grave ameaça contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e
participação em organização criminosa armada.
Segundo a denúncia da PGR, o núcleo central da trama
golpista era composto por Bolsonaro, Braga Netto, Alexandre Ramagem (deputado
federal e ex-chefe da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson
Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid
(ex-ajudante de ordens de Bolsonaro) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da
Defesa). (Fonte: Cézar Feitoza/Folhapress)
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