AÉCIO CEDEU AVIÕES OFICIAIS DO GOVERNO DE MINAS GERAIS A
CELEBRIDADES, DIZ JORNAL
Aeronaves fizeram 198 voos sem tucano ou agentes públicos
autorizados pela lei
Informações oficiais do governo de Minas Gerais obtidas
pela "Folha de S.Paulo" neste domingo (8) mostram que o senador Aécio
Neves (PSDB), governador do estado entre os anos de 2003 e 2010, cedeu aviões a
políticos e celebridades, algo que a legislação sobre o uso das aeronaves não
prevê.
Nos oito anos em que governou o estado de Minas, Aécio
cedeu aviões públicos para 198 voos em que não estavam nem ele próprio nem
agentes públicos autorizados pela lei. Amigo de Aécio, o apresentador Luciano
Huck fez uso das aeronaves por duas vezes. Os deslocamentos foram para
gravações do programa "Caldeirão do Huck". Num dos voos estava a
dupla Sandy & Júnior.
Entre os beneficiados, estão ainda José Bonifácio de
Oliveira Sobrinho, o Boni, da Globo; os atores José Wilker e Milton Gonçalves;
o então presidente do grupo Abril, Roberto Civita, e sua mulher e o
ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, que também fez uso por três vezes de
helicópteros oficiais para viagens tanto dentro de Belo Horizonte quanto para
São Paulo e Rio.
Sucessor de Aécio, o tucano Antonio Anastasia, que
governou Minas entre 2011 e 2014, cedeu aviões oficiais para pelo menos 60
voos. Ricardo Teixeira aparece novamente na lista.
A legislação mineira estabelece que "a utilização
das aeronaves oficiais será feita, exclusivamente, no âmbito da administração
pública estadual (...) para desempenho de atividades próprias dos serviços
públicos e (...) destinam-se ao transporte do governador, vice-governador,
secretários de Estado, ao presidente da Assembleia Legislativa e outras
autoridades públicas ou agentes públicos, quando integrantes de comitivas dos
titulares dos cargos".
Em resposta, a assessoria de Aécio Neves afirma que os
voos atendiam à divulgação de um roteiro turístico do estado de Minas. A Globo
informou ao jornal que as viagens de Huck se tratavam de um acordo de
"facilidades de produção". Boni disse que pegou uma carona com o
então governador, que estava a caminho do Rio de Janeiro. (Jornal do Brasil)
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